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14 DE MARÇO DE 1997 1787

ma eleitoral, e eu serei o primeiro a, nesta Assembleia, prestar homenagem ao Governo socialista.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Victor Moura.

O Sr. Victor Moura (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Álvaro Amaro, ouvi-o com atenção, mas confesso que fiquei com algumas dúvidas sobre se tinha mudado de nome. É tala amargura do seu discurso que julguei chamar-se «Álvaro Amargo».
Devo dar-lhe conta de uma realização nossa que não só ficou patente na comunicação social como pôde ser comprovada durante a campanha eleitoral. Refiro-me a uma empresa fabril, à FISEL, em Seia, com centenas de postos de trabalho, que estava totalmente paralisada e que agora, felizmente, está a laborar e mantém os salários em dia. Esta foi uma das empresas visitadas pelo Sr. Primeiro-Ministro enquanto candidato que estava paralisada e que hoje está a laborar, a produzir, e em que os trabalhadores recebem o seu salário e estão felizes.

Aplausos do PS.

Trata-se de uma acção deste Governo com a qual muito nos congratulamos porque bem falta fazia ao nosso distrito.
V. Ex.ª também falou do hospital de Seia, que é bem a prova do que foi o vosso governo. VV. Ex.as preocuparam-se sobretudo com o cimento e o betão armado. Se o Sr. Deputado quiser negá-lo diga-me, então, quantos médicos tinha o hospital de Seia no seu quadro quando deixaram de ser governo. Quantos? Um hospital destina-se a prestar cuidados diferenciados, deve ser um organismo vivo e ter médicos, designadamente, a trabalhar nele mas VV. Ex.ª nunca se preocuparam com isso. Quiseram nomear três gestores, um dos quais vendia vinhos na vida civil, e que hoje é administrador.

Aplausos do PS.

Porquê? Forque eram militantes do PSD. Criaram «tachos» e não se preocuparam em prestar cuidados às populações.
Sr. Deputado, diga-me, então, quantos médicos tinha o hospital de Seia quando VV. Ex.as deixaram o governo, porque é apenas isso o que quero saber.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, concedendo-lhe a Mesa mais dois minutos, tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro Amaro.

O Sr. Álvaro Amaro (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Victor Moura, chamo-me Álvaro Amaro. Uns chamam-me, às vezes, por lapso, «Amado», que também o sou, graças a Deus;...

Risos do PSD.

... outros, nunca me chamaram «Amargo» mas, se calhar, também o sou às vezes. Contudo, se de amargura pode falar-se é da que têm o país e o distrito da Guarda.

Aplausos do PSD.

Protestos do Deputado do PS Victor Moura.

Sr. Deputado, como não o interrompi, não permitirei que o faça e vai ouvir aquilo que eu não pensava dizer-lhe, a si, em particular, porque não tem desculpa. É Deputado, c respeito-o, pelo meu distrito, mais concretamente, por Seia.
Quando a FISEL estiver a laborar a 100%, com os salários em dia e não houver despedimentos, também aqui, nesta Câmara, presto justiça ao Governo socialista porque não é isso que acontece!
Por outro lado, o senhor, homem de Seia, jurista, não tem vergonha do que o Governo socialista está a fazer no hospital de Seia?
O senhor entretém-se, com o Presidente da Câmara de Seia, que é do Partido Socialista, a discutir nomes, em jogadas palacianas, enquanto que o edifício feito pelo governo anterior, o tal betão, lá está para servir as pessoas e os senhores nem um tostão em equipamento têm para pô-lo a funcionar. É uma vergonha!

Aplausos do PSD.

Mais uma vez, a berra das minhas terras e das gentes do interior, faço um apelo à futura direcção da bancada socialista para que vá a Seia e ajude o Deputado Victor Moura a lutar pela sua terra e a equipar aquele hospital, honrando não apenas os senenses mas toda a população da Guarda e do país. É este o apelo que faço! Assim, aos olhos dos seus conterrâneos, talvez o Deputado Victor Moura não faça esta Figura na Assembleia, que é uma vergonha.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para o tratamento de assunto de interesse político relevante, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, na passada segunda-feira, discursando no centro paroquial de Cabanelas, o Dr. Manuel Monteiro revelou ao país a sua receita para acabar com a droga em Portugal: prender os consumidores e sujeitá-los a tratamento.
Afirmações como esta não mereceriam qualquer referência se tivessem sido feitas por um qualquer irresponsável, mas, como o Dr. Manuel Monteiro é Deputado e é presidente de um partido com representação parlamentar, não pode ser tratado como tal.
A afirmação de que o problema da droga em Portugal se resolve prendendo os consumidores só pode revelar uma de duas coisas: uma absoluta e lamentável ignorância acerca das causas da toxicodependência...

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - ... e da complexidade do tratamento de toxicodependentes ou uma absoluta e lamentável demagogia na abordagem de questões que, pela sua gravidade, merecem um tratamento mais sério e responsável.

Aplausos do PCP.

Importa por isso lembrar a este respeito algumas coisas muito simples que o Dr. Manuel Monteiro ignora ou
finge ignorar.