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296 I SÉRIE - NÚMERO 10 

Peço desculpa pela ironia! De facto, tenho muito respeito pela Sr.ª Deputada e pelas posições que defende convictamente.
De qualquer forma, os cumprimentos que ambas trocamos não vão impedir que eu diga aquilo que vou dizer com frontalidade: a Sr.ª Deputada disse que já tem ouvido este discurso muitas vezes, mas devia acrescentar que houve tempos em que nos encontrávamos nele!

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Agora estamos afastadas, e pergunta-se porquê!

A Sr.ª Elisa Damião (PS): - A situação não é a

mesma!

A Oradora: - Ainda bem! Quem exerce o poder, se o exerce assim...
A própria Sr.ª Deputada Elisa Damião disse - registei-o, estou de acordo - que é na falta de políticas sociais que se encontra o divórcio entre os governantes e os governados. Pois é! Aí é que está a causa do fosso que se cava e do empobrecimento da democracia. É quando os governantes não respeitam o voto popular e tomam medidas completamente avessas àquilo que as pessoas desejavam. Isto é exemplar em Portugal, neste momento, em que temos um Governo do Partido Socialista.

A Sr.ª Elisa Damião (PS): - Não é verdade!

A Oradora: - A história das «41 horas», que a Sr.ª Deputada chamou à colação, prova, ao contrário do que disse, como a luta dos trabalhadores foi importante e como, com essa luta, se conseguiu gorar, em grande parte, os objectivos do Governo e das centrais patronais.
Sr.ª Deputada, não vou dizer mais nada sobre a questão das «40 horas» e da transposição da directiva porque, como é costume dizer-se, a senhora sabe que eu sei que a senhora sabe que eu sei!

Risos.

Para terminar, Sr.ª Deputada, uma vez que nessa Europa que parece estar tão longe andam agora à procura de uma terceira via, veja lá se a encontra, que, para nós, só pode ser uma, como resultou da minha intervenção. Encontre-a, mas não falando em capitalismo democrático, porque, de facto, não há capitalismo democrático!

Aplausos do PCP.

O Sr. Barbosa de Melo (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Barbosa de Melo (PSD): - Sr. Presidente, pedi a palavra para agradecer a referência gentil que a Sr.ª Deputada Elisa Damião fez ao modo como dirigi os trabalhos desta Assembleia enquanto ela foi Presidente da Comissão de Trabalho, ou seja, durante toda a VI Legislatura.
E se não se ofende, Sr.ª Deputada, permita-me que lhe diga isto: é com pena que a vejo ausentar-se desta Casa. Anda por aqui desde os primórdios do regime parlamentar português e de uma política feita a partir de representantes eleitos directamente pelo povo português. Ao longo destes anos, que não pude acompanhar sempre porque não estive cá, vi-a sempre bater-se com coragem pelos seus ideais, com vontade de realizar os seus objectivos e sempre com muita generosidade.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Muito bem!

O Orador: - E ao vê-la despedir-se de nós e dizer que vai para a Europa, sendo certo que está na Europa, lamento e desejo-lhe um grande trabalho lá fora.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

Aplausos do PS e do PSD.

O Sr. Presidente: - Não tem de agradecer, Sr. ex-Presidente. A Sr.ª Deputada Elisa Damião, ao referir-se ao Sr. Deputado Barbosa de Melo, interpretou o pensamento de todos nós.
Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Encarnação (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: As declarações prestadas no passado fim-de-semana pelo Sr. General Garcia dos Santos, nomeado e substituído, já por este Governo, como Presidente da Junta Autónoma de Estradas, revestem-se de uma particular gravidade.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Muito bem!

O Orador: - O PSD foi a primeira entidade a pronunciar-se sobre o assunto, logo na manhã do passado sábado, exigindo, através do seu líder parlamentar, uma investigação completa para que toda a suspeita termine e toda a verdade seja rapidamente esclarecida.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Os desenvolvimentos verificados, ao longo dos últimos dias, tornaram este caso ainda mais premente e suscitaram questões de uma particular actualidade que se tornam verdadeiramente incontornáveis.
Há sobretudo duas questões essenciais em tudo quanto veio a público sobre este caso que nos merecem uma tomada de posição.
A primeira, tem a ver com o caso em si mesmo e com a necessidade da sua investigação. As afirmações feitas são do mais grave que se tem dito em Portugal. Não pode fazer-se de conta que nada foi dito, fingir que nada disto tem importância ou retorquir e tentar disfarçar com pequenas recriminações que a nada de positivo conduzem.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Perante afirmações como as que foram feitas, toda a investigação é necessária e todo o esclarecimento se impõe. A pior das situações seria nada esclarecer, tudo retardar ou, pior ainda, deixar arrastar indefinidamente uma suspeita desta natureza sem chegar a qualquer conclusão.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Muito bem!