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A Oradora: - Ninguém duvida de que se tratou, apenas, de copiar uma iniciativa da oposição, porque, ao fim de quatro anos de mandato, este Governo, curiosamente, só se lembrou de tal ideia quando o Presidente do PSD a anunciou.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Já não chegava termos um Governo que não decide, que não faz obra e que tudo adia; agora, temos também um Governo que, na ânsia da caça ao voto, até copia e plagia as ideias do líder da oposição.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

Mas há mais: na saúde, o eleitoralismo não é menor.
O Primeiro-Ministro permitiu que o sistema de saúde atingisse o ponto mais baixo que seria possível imaginar há alguns anos.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Um descalabro!

A Oradora: - Nada fez ao longo deste mandato, a não ser contribuir para a sua degradação: listas de espera a aumentar, urgências dos hospitais em ruptura, investimentos parados e os doentes cada vez mais penalizados. Este é o balanço de quatro anos de mandato!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Uma vergonha!

A Oradora: - E o que sucede então?
Vem agora a Ministra, como se tivesse acabado de assumir a pasta, anunciar um plano de estratégia e uma redução drástica para as listas de espera.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Em "tom Colgate"!

A Oradora: - É verdade que fala para o ano 2002 e já lá está desde 1995, mas também é verdade que faz promessas numa altura em que devia apresentar obra.

Aplausos do PSD.

Também é verdade que não diz como vai cumprir essa nova promessa. E não o diz por uma razão simples: quem não fez até agora também não vai fazer no futuro.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Exactamente!

A Oradora: - Porque são só promessas e mais promessas, porque o prazo de validade destas promessas é igual ao prazo de validade das anteriores. É tudo, apenas e só, para português ver, para tentar enganar, de novo, quem já foi enganado durante quatro anos, para tudo esquecer logo que estejam passadas as eleições.

Aplausos do PSD.

É o eleitoralismo descarado, mas oco e balofo, de um Governo que já está em fim de estação.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Muito bem!

A Oradora: - Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o nível mais alto do eleitoralismo foi atingido, há dias, pelo Primeiro-Ministro quando anunciou a alteração da retenção na fonte dos impostos sobre os vencimentos. Falou em "acertos técnicos", mas eu digo que é um insulto à nossa inteligência.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - E todo o português vai perceber que é mesmo assim.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Exactamente!

A Oradora: - Será que este Governo, em quatro anos, tomou alguma medida de redução de impostos?

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Nenhuma!

A Oradora: - É óbvio, para todos, que não!
Com este Governo os impostos não baixaram e alguns até aumentaram.

Protestos do PS.

Assim sendo, pode alguém explicar por que é que, a quatro meses de eleições, o Governo vai alterar os critérios de retenção na fonte do IRS?
Não é preciso explicar, porque nós sabemos qual é o truque e qual é a habilidade: o Governo quer alterar os critérios de retenção na fonte do IRS para criar a ilusão de que os impostos baixam durante estes meses, fazendo com que o recibo do ordenado venha um pouco mais gordo até às eleições. Mas esse recibo um pouco mais recheado não é por o ordenado ter aumentado ou por os impostos terem baixado, é, apenas e só, para tentar enganar os portugueses através de um truque inaceitável e de uma habilidade feita sem escrúpulos.

Aplausos do PSD.

E qual é a consequência deste truque e desta habilidade?
É simples: no próximo ano, ao fazer-se o acerto de contas, quando os contribuintes julgarem que vão receber um cheque do Ministério das Finanças, vão antes receber um aviso para pagamento de mais imposto.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Ou seja, desconta-se hoje, antes das eleições, um pouco menos do que se descontava para pagar, no próximo ano, já depois das eleições, mais imposto do que se contava pagar.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - É a célebre teoria do "vota primeiro e paga depois". É o eleitoralismo mais despudorado que alguma vez se viu!

Aplausos do PSD.

Não se baixam os impostos, não se fomenta a poupança, não se combate o endividamento das famílias, não se melhora a vida das pessoas! Faz-se apenas um truque parac