O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3852 I SÉRIE - NÚMERO 105

se encontra deve-se exclusivamente à convicção do Governo de que se conseguem atingir metas sem fazer esforço para isso.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Sílvio Rui Cervas.

O Sr. Silvio Rui Cervas (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Ministro João Cravinho, na minha primeira intervenção fiz três perguntas directas que gostava de ver respondidas.
Peço ao Sr. Ministro que me corrija se estou a interpretar mal as suas palavras. À primeira pergunta, que consistia em saber quem mente, se o primeiro conselho de administração se o segundo, com base nas declarações que foram feitas pelo primeiro e pelo segundo, o Sr. Ministro disse que ninguém mente. E passo a citar: "a TAP é uma companhia extremamente frágil e as leis do mercado, pelas quais a TAP se rege, fizeram com que, das afirmações do primeiro conselho de administração para as afirmações do segundo, a situação ficasse profundamente alterada". Daí a diferença de atitude do primeiro conselho de administração relativamente às declarações do segundo Conselho de Administração.
Quando lhe perguntei "quanto vale a TAP", o Sr. Ministro disse: "valia 80 milhões de contos, mas agora vale 60 milhões de contos".

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Para o mês que vem não se sabe!

O Orador: - Houve, pois, uma actualização.
Curiosamente, não me respondeu à pergunta que também fiz, no âmbito desta segunda, isto é, se era efectivamente verdade que hoje a TAP valia seguramente menos do que ontem e que amanhã valeria menos do que hoje, uma vez que cada dia que passa a TAP vale menos para a Swissair.
Mas à terceira pergunta o Sr. Ministro não respondeu de todo. Sr. Ministro, quanto custa o que falta fazer? E dentro do que falta fazer, quanto custam os complementos de reforma e quanto custa o acordo com os pilotos? O que falta fazer já está incluído na última análise que foi feita pelo actual Conselho de Administração ou teremos, dentro de umas semanas ou de um ou dois meses, uma afirmação igualmente preocupaste do actual Conselho de Administração, ou de outro, de que a situação ainda é mais grave do que a que temos agora?
Sr. Ministro, fiquei mais preocupado e triste ao ver que, em Julho e Agosto, a televisão anunciava, todos os dias, nos seus noticiários, que os voos estavam atrasados, que os passageiros não estavam satisfeitos, que a TAP não dava resposta e que aquele serviço, que transformou a TAP numa empresa sólida, boa e fiável, transformou hoje a TAP numa opção de segunda, de terceira ou de quarta escolha. Isso é que me deixa mais preocupado!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território.

O Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Sílvio Rui Cervas, vamos ver se não distorcemos as coisas que cada um diz.
Começando pela avaliação da TAP, o que eu disse e houve até uma sessão parlamentar em que se debateu longamente este assunto, portanto, é matéria que não deveria ser trazida de novo à colação, porque é matéria dada - foi que a TAP foi avaliada em 84 milhões de contos, com certas premissas, com um leque que oscilava entre qualquer coisa como sessenta e tal ou 70 milhões de contos a 104 milhões de contos. Neste momento não tenho de cabeça, mas o ponto médio era 84 milhões de contos, com determinadas premissas. Nós próprios verificámos, passado algum tempo, que essas premissas não tinham verosimilhança, a fundamental das quais dizia respeito a um parâmetro que é o yield e os 84 milhões de contos, ponto médio, partiam de um yield extremamente optimista, com uma progressão que, de facto, não se verificava em nenhuma companhia europeia. Nessa altura, as companhias europeias previam o crescimento do yeld em zero e nós tínhamos um crescimento absolutamente espantoso. Cada ponto de yield vale muito. Entretanto, pedimos à Mackenzie, empresa especializada, que fizesse uma revisão desse parâmetro. E a Mackenzie disse "é uma previsão de yield extremamente optimista, não é aceitável..." E, em função disso, houve novos cálculos, e esses cálculos deram, na época, em Julho do ano passado, 60 milhões de contos. Isto é muito simples! Quem tem experiência de avaliação de empresas sabe perfeitamente que isto nada tem de extraordinário, é perfeitamente curial e banal. Portanto, acabou!
Quanto é que vale agora a TAP? Não foi feita qualquer nova avaliação neste momento. E ponto final parágrafo! Eu não posso substituir-me a avaliadores e vir aqui, agora, de cabeça, dar um palpite. Não dou! Portanto, nesse ponto, estamos esclarecidos!
Quanto às fragilidades da TAP, devo dizer que uma empresa que, como a TAP, teve prejuízos durante 23 anos é evidente que tem fragilidades. Contudo, no meu entender, a TAP - e quero esclarecer isto para que fique bem claro - não é uma companhia frágil estruturalmente, do ponto de vista das perspectivas que efectivamente uma boa gestão da TAP podem alcançar no futuro. Tem, com certeza, pontos fracos, e estão a ser melhorados. A TAP tem precisamente um campo onde se verificou uma fragilidade que deu muito maus resultados e foi essa que precisamente o acordo com os pilotos corrigiu.
O Sr. Deputado sabe perfeitamente que a TAP perdeu uma boa parte do seu melhor mercado em certa fase, o mercado de negócios, exactamente porque tinha tuna irregularidade muito grande. Entre Abril e Junho, foram cancelados 189 voos. Portanto, tanto as agência de viagens como os particulares que pagam a tarifa por inteiro, cada vez menos recorriam à TAP. Instalou-se um clima que, do ponto de vista comercial, degradou a TAP. Porquê? Porque o conflito com os pilotos, o comportamento, as razões que lhe seguiram levaram a cancelamentos frequentíssimos.
Ora, a maior, valia do acordo que se fez foi precisamente a de eliminar essa incerteza e, deste modo, eliminar uma fonte de penalização comercial brutal que vale dezenas de milhões de contos. Esse acordo custou 1,2 milhões de contos... Eu respondi-lhe claramente: 1,2 milhões de contos face à não existência do acordo com 189 voos cancelados em três meses... É evidente que este acordo paga-se a si próprio amplamente, pelas razões que todos nós compreendemos.
Quantos cancelamentos é que houve a partir da assinatura do acordo em Julho? Zero! Está a ver como se passou de 189 para zero? E está a ver como isto faz a