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0956 | I Série - Número 25 | 30 De Novembro De 2000

de 5% ao ano. Tomáramos nós que crescesse, pelo menos, os medíocres 3% , que o senhor anuncia!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

A Oradora: - Infelizmente, como sabe, eu sei e todos sabem, não chegaremos aos 3%.
Se já estamos longe da Europa desenvolvida, estamos agora a ficar mais longe daquela Europa, a da Espanha, a da Grécia e a da Irlanda, que eram, mas já não são, atrasados como nós.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Primeiro Ministro, a sua previsão para a inflação não é verdadeira.
Acumulamos pouco crescimento com muita inflação, e isso significa perda de competitividade, no caso do País, e perda de poder de compra, no caso das famílias.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - Estamos todos a empobrecer e a endividarmo-nos cada vez mais.
Sr. Primeiro Ministro, a sua previsão sobre o défice ou quer enganar ou está enganada. Bem pode enviar à União Europeia uma maquilhagem de défice, que nós bem sabemos que o gasto do Estado cresce mais do que a riqueza, e cresce mais onde não deve; no que é corrente; no que é improdutivo; no que custa muito porque é mal gerido; na vossa ineficiência, à falta de reformas.

Aplausos do CDS-PP.

Pode enganar-se muita gente em pouco tempo; pode enganar-se pouca gente em muito tempo; não pode enganar-se toda a gente ao mesmo tempo.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - Em matéria de crescimento, inflação e défice, V. Ex.ª está sozinho contra todos: o Banco de Portugal, o Instituto Nacional de Estatística, a OCDE, o FMI, a Comissão Europeia e todos os grandes economistas de renome em Portugal.

Aplausos do CDS-PP.

Porque é que havemos de acreditar em si?
Este Orçamento não é o espelho do que o senhor quer, este Orçamento é o reflexo do que o senhor não faz.
No Estado, os socialistas nunca tocam, é por isso que o Serviço Nacional de Saúde é o que é: caro e injusto.
É por isso que a segurança social convosco não dá para mais: pública, só pública e não mais do que pública, mas pagando pensões miseráveis.

Aplausos do CDS-PP.

É por isso que a Administração Pública complica mais do que facilita: nem a produtividade, nem o mérito, nem a qualidade são hoje critérios que o Estado exija de si próprio.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - E no momento em que o País mais precisava de um Estado a trabalhar, de empresas a produzir e de famílias a melhorar as suas condições de vida, este Orçamento é uma decepção.
Só um choque fiscal pode reanimar a economia. Em vez disso, a vossa lógica é pôr qualquer criação de riqueza sob suspeita.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

A Oradora: - Só uma diminuição ainda mais significativa dos impostos é susceptível de pôr a pagar quem não paga e aliviar quem já muito paga.
E só um programa plurianual de contenção da despesa, tornando-a mais selectiva, impedirá o Estado de se apropriar do esforço de quem trabalha e de quem empreende.
Em vez disso, a vossa lógica é a da tartaruga. Com os socialistas o País anda devagar e carrega o Estado às costas.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, deste Orçamento do Estado fica ainda para a história uma ilusão e uma desilusão.
A ilusão foi criada pelo Sr. Primeiro-Ministro ao sugerir que a alternativa era entre justificar um voto ou ter eleições. Não era!
Mais sabe o Sr. Primeiro-Ministro que a alternativa era fazer um segundo Orçamento que fosse um ponto de partida para um novo ciclo económico e social e não como este é: o ponto de chegada de um socialismo que já dura há seis anos e de um Governo sem rumo, sem imaginação, sem chama e sem criatividade.

Aplausos do CDS-PP.

A desilusão foi a vossa intolerância. Convencidos de que têm uma maioria absoluta que o País não vos deu, aqui chegaram, tudo chumbaram e assim partiram.

Risos do CDS-PP.

Nenhum português vai alguma vez entender que os senhores tenham recusado praticamente todas as propostas sectoriais relevantes apresentadas pela oposição.

Aplausos do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Com este Orçamento estamos mais longe da Europa, mais longe do crescimento, mais longe do rigor, mais longe da solidariedade, mais longe do século XXI, mais longe da dignidade política, mais longe do que Portugal precisa.
O Governo e o País vão ter um Orçamento; não vão, com toda a certeza, ter um bom Orçamento.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Srs. Membros do Governo, Sr. Deputados, encontra-se na chamada Tribuna dos Diplomatas uma delegação da Comissão de Relações Exteriores da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, que visita Portugal a convite do nosso Parlamento.