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46 I SÉRIE — NÚMERO 87

Quem teve a oportunidade de dar uma leitura pelos jor- pelo Sr. Deputado Miguel Anacoreta Correia e as outras nais da última semana reparou, por certo, na grande con- intervenções que se produziram hoje aqui, e até mesmo a centração de artigos e estudos sobre esta temática. O grau conferência de imprensa dada pelo presidente do CDS-PP, de consciência sobre estas questões está em crescendo. Dr. Paulo Portas, onde perguntava como era possível que

Este debate veio para ficar. Para o País é bom que o um País, com as pensões que tem e os problemas que tem, debate prossiga. É melhor o debate do que a confrontação. se vá meter numa rede de alta velocidade. Todos nos lem-E o Sr. Ministro, que pediu a colaboração do CDS-PP, bramos disto, foi há pouco tempo, e, portanto, houve aqui pode contar com ela. um problema para o PP nesta interpelação. Ou seja, ela

Temos esperança — somos uns irredutíveis optimistas implodiu! — de que esta interpelação contribua para que, em vez deste último TGV, passemos a ter «SGV», ou seja, solu- O Sr. Nuno Teixeira de Melo ( CDS-PP): — Naquela ções a grande velocidade! rede, Sr. Ministro!

Aplausos do CDS-PP. O Orador: —Na verdade, implodiu também porque o PP faz um diagnóstico sobre a situação nas áreas metropo-O Sr. Presidente ( João Amaral): — Para uma inter- litanas que foi aqui comprovadamente negado com factos,

venção de encerramento, em nome do Governo, tem a números, resultados. Ora, quando apresentamos factos, palavra o Sr. Ministro do Equipamento Social. números, resultados, as bancadas da oposição dizem que se

está a fazer propaganda, intervenções panfletárias. Não! O Sr. Ministro do Equipamento Social: —Sr. Presi- Estamos a responder com factos e não com observações

dente, Srs. Deputados: Penso que a interpelação do CDS- genéricas. PP sobre transportes, que era uma boa ideia, visto que Aliás, gostava de salientar alguns aspectos importantes poderia permitir uma discussão profunda das várias alter- que foram aqui trazidos pelo Governo neste debate parla-nativas existentes em matéria de estratégia e política de mentar e que também foram sublinhados pela bancada do transportes, acabou por ser uma oportunidade perdida pelo PS. PP e pela Câmara para fazer esse exercício. Em relação à questão fundamental, que é o aprofunda-

Penso que houve uma lógica de autodestruição na in- mento dos planos globais de transportes nas áreas metro-terpelação do PP e nas suas intervenções, visto que a pri- politanas, apesar de considerarmos que muito foi feito, não meira intervenção, para recordarmos, foi a do Sr. Deputa- estamos satisfeitos e consideramos que é necessário, efec-do Manuel Queiró, colocava a questão da seguinte manei- tivamente, ir mais longe e termos uma lógica ainda mais ra: o grande problema que tem havido nos últimos anos integrada, intermodal, que permita o desenvolvimento para o desenvolvimento do sector dos transportes é um económico e, sobretudo, a resposta aos problemas sociais problema financeiro, para o qual não tem havido a capaci- dessas áreas metropolitanas. dade de dar resposta por, segundo o Sr. Deputado, existi- rem poucos meios, e agora o Governo, que tem meios Vozes do PS: —Muito bem! financeiros abundantes, vai utilizá-los em coisas como a alta velocidade, o aeroporto, etc. O Orador: —E, portanto, assumimos aqui um com-

Ora, verificámos que foi uma interpelação que se auto- promisso, o de trabalharmos, durante todo este ano, para destruiu, sobretudo por termos tido agora o anúncio de construirmos, com todas as forças e com os agentes eco-algo que me surpreendeu: afinal, o PP é a favor da existên- nómicos e sociais, verdadeiros planos globais de transpor-cia de uma rede de alta velocidade em Portugal. tes nas áreas metropolitanas. E isto parece-me ser algo de

importante para o desenvolvimento futuro na área dos O Sr. Nuno Teixeira de Melo ( CDS-PP): — Mas não transportes.

de qualquer uma! Há também uma outra questão muito importante, que é a do arranque prático das autoridades metropolitanas de O Orador: —Ora, se é a favor de uma rede de alta transportes — relembro, aliás, que a primeira participação

velocidade em Portugal, pelo menos uma componente de que tive na minhas actuais funções, um ou dois dias após todo o raciocínio que estava expresso na primeira inter- ter tomado posse, ocorreu na Área Metropolitana de Lis-venção acabou por não sobreviver até ao fim deste debate, boa e foi exactamente sobre a questão das autoridades e, deste ponto de pista, parece-me que há um resultado metropolitanas de transportes. E penso que é fundamental positivo para este mesmo debate. encontrarmos instâncias de permanente concertação entre a

administração central, as autarquias e os operadores públi-Vozes do PS: —Muito bem! cos e privados na Área Metropolitana de Lisboa, como também na Área Metropolitana do Porto. O Sr. Manuel Queiró ( CDS-PP): — O Sr. Ministro Agora, o que todos os exemplos demonstraram até hoje

está a descurar as prioridades! é que quando há uma transferência de poder onde quem paga não é quem decide acaba sempre mal, como se tem O Orador: —Como já referi, a intervenção autodes- verificado em outras experiências também feitas na área

truiu-se. Aliás, basta vermos — e peço a todos para com- dos transportes ao longo dos últimos anos. E, portanto, a pararem — a intervenção feita agora, que, no meu ponto autoridade metropolitana dos transportes vai para a frente, de vista, foi feita num tom e numa postura construtiva, mas com determinadas regras que têm de ser consensuali-