O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

42 I SÉRIE — NÚMERO 87

sei lá que mais. Mas o que nos importa – e isto leva-me ao quer sinais, como também era suposto, advertindo os mais que acabei de dizer ao Sr. Deputado José Epifânio – é o incautos do estado perigosíssimo dessa via. que temos. E o que é que temos? Temos um TGV que, só Mas porque o Sr. Ministro se queixa de apenas falar-no papel, começou por custar 300 milhões de contos, que mos dos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto, ainda no papel passou para 800 milhões de contos e que já recorramos, então, ao interior e, neste caso concreto, às vai nos 1500 milhões de contos. fontes mais idóneas, das quais, por falta de tempo, nos

serviremos apenas de um exemplo. Em reunião realizada O Sr. José Manuel Epifânio ( PS): — Tanto papel! em Trancoso, bem longe de Lisboa e do Porto, a Comissão Distrital de Segurança Rodoviária, reunida com o Sr. O Orador: —Não deixa de ser curioso verificar que o Governador Civil – que, como se sabe, até representa o

Ministro que agora o propicia é exactamente o mesmo Governo no distrito – apresentou interessantes conclusões. Ministro que há pouco tempo nos recusou umas míseras A saber: que há a noção clara de que a rede viária antiga, «migalhas» para dar a uns muito necessitados reformados que já exigia várias obras, necessita agora de intervenções um aumento de pensões que, certamente, muito mais falta de fundo, tendo sido elaborada e apresentada uma lista de lhes fazem! Resta saber também se o TGV ainda vai ser prioridades e tendo-se mesmo encerrado uma ponte (curio-feito e, a ser feito, quanto é que vai custar. samente sobre o Douro), a ponte do Pocinho.

Mas era suposto termos também um pendular, que era No que diz respeito à sinistralidade rodoviária, e por-suposto ser rápido, mas que no nosso país não o pode ser que de transportes falamos também, informou que só no por erros elementares de cálculo e de gestão, só possíveis passado mês de Fevereiro se registaram 173 acidentes, de nos países mais atrasados, não da Europa, mas, sim, do que resultaram 4 mortos, 9 feridos graves e 59 feridos terceiro mundo. ligeiros, em grande parte – e esta é a conclusão dessa enti-

Era suposto termos uma TAP dinâmica e viável e te- dade de cuja idoneidade suponho que o Governo não duvi-mos, no entanto, uma TAP que se tem vindo a afundar e dará – devido ao mau estado de conservação das estradas. que se afundou ainda há bem pouco tempo numa parceria Ora, infelizmente esta é a regra no que toca à generalidade estratégica seleccionada pelo Governo que, ao invés de a da rede rodoviária do País. viabilizar, levou dela o melhor e à sua custa enriqueceu. E o que dizer da sinalização? Esta não existe, está Espantosamente, ao que se sabe, estes factos não tiveram desadequada em relação a alguns locais ou constitui até em consequências dignas de grande relevo. alguns casos, ao contrário do que seria de supor, fonte de

Mas temos também a rede rodoviária. Esta, como é sinistralidade. evidente e como todos sabemos, é um buraco que só tem Não será, pois, excessivo afirmar que se nada se fizer uma justificação evidente: é que reparar estradas no inte- no sector dos transportes, tal como está concebido, e per-rior não faz vista e manter as estradas em razoáveis condi- sistindo-se na actual forma organizativa, este sistema cons-ções de funcionamento não dá títulos nos jornais. Por essa tituirá um obstáculo intransponível ao desenvolvimento, à razão, estas não são uma prioridade para o Partido Socia- melhoria da qualidade de vida e ao bem-estar da nossa lista. sociedade. É, por isso, importantíssimo alterar esta situa-

ção, garantindo que a rede e os sistemas de transportes O Sr. Manuel Queiró ( CDS-PP): — Pois é! Só que- assegurem uma liberdade de escolha aos seus utilizadores,

rem espectáculo! todos nós, assente em critérios de qualidade, racionalidade económica e justiça social, contribuindo desta forma para o O Orador: —Quais são as consequências? A rede de progresso e para o bem-estar de todos.

estradas, junto dos grandes centros urbanos e no interior, Numa palavra, já vai sendo tempo de desenvolver em está em grande parte intransitável, com gravíssimos prejuí- Portugal uma verdadeira e integrada política de transpor-zos para as populações e para a economia nacional. Como tes. Resta apenas saber se este Governo será capaz disto. o Sr. Ministro Ferro Rodrigues, que ainda está ausente, Obviamente, resta apenas sabê-lo para quem tenha dúvi-quer exemplos, e porque estou convencido de que os Srs. das, e eu não as tenho! Secretários de Estado lhos darão, falarei de estradas que distam tão-somente 20 km de um grande centro urbano que Aplausos do CDS-PP. não é excepção e que aqui vou apresentar como regra, que é o Porto. Apanhe-se a EN1 a partir dos Carvalhos e diri- O Sr. Presidente ( João Amaral): — Para pedir escla-jamo-nos rumo ao sul, em direcção a Lourosa, sempre com recimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Pereira muitas precauções. É que até ao Picoto há uma sucessão de Coelho. lombas e de buracos que são inadmissíveis em estradas nacionais dos países ditos civilizados, aos quais nós, ao O Sr. Paulo Pereira Coelho ( PSD): — Sr. Presidente, que parece, nos orgulhamos, pelo menos no Governo, de Sr. Ministro, Srs. Deputados, há pouco não tive tempo pertencer. suficiente para terminar as questões que queria colocar,

pelo que, Sr. Ministro, irei retomá-las, para cumprir a O Sr. Basílio Horta ( CDS-PP): — Muito bem! missão que aqui nos traz. Gostaria de começar por salientar a resposta dada rela-O Orador: —E se a partir do Picoto nos dirigirmos a tivamente à questão do metropolitano do Mondego. Disse

Espinho, iremos encontrar uma sucessão de buracos e de o Sr. Ministro que a situação tinha mudado. Infiro da sua troços de estrada em estado calamitoso, não havendo se- afirmação enfática que, de facto, tudo aquilo que estava