O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0868 | I Série - Número 024 | 29 de Outubro de 2001

 

Esta solução não é dignificante para o Parlamento!
V. Ex.ª desculpar-me-á mas, de cada vez que há uma pressão populista contra o Parlamento, nós temos sido culpados de adoptar soluções autopunitivas.
Não é vergonha ser Deputado!

Aplausos do PS e de Deputados do PSD, do PCP e do CDS-PP.

Não creio que esta solução seja dignificante para o Parlamento, e qualquer concessão a essas pressões - e, desta vez, nós estamos aqui «sequestrados» pelo Doutor Marcelo Rebelo de Sousa -,…

Aplausos do PS e de Deputados do PCP e do CDS-PP.

… a esse tipo de populismo, não dignifica a Assembleia da República.

O Sr. Presidente: - Agradeço que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, não ponho em causa V. Ex.ª, mas tenho a estranha sensação de me sentir sequestrado.
Isto não dignifica o Parlamento, não dignifica a Assembleia da República!

Aplausos do PS e de Deputados do PSD, do PCP, do CDS-PP e do Deputado do CDS-PP Narana Coissoró, de pé.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, como sabe, até porque é Vice-Presidente, o Presidente da Assembleia da República tem a obrigação estrita de respeitar as orientações da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares.
Todos sabem, pelo menos os Deputados que fazem parte da Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares sabem-no, que não foi este o sistema que propus, mas foi o que fez vencimento. Tenho de respeitar as deliberações da Conferência e continuarei a fazê-lo, custe o que custar e doa a quem doer. Não o fiz em obediência a qualquer espécie de sugestão externa, mas o Regimento tem de sobrepor-se aos sentimentos de cada Deputado.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, peço-lhe que tenha comiseração da Mesa, porque talvez já demos espectáculo demais sobre este início dos trabalhos.
Em todo o caso, pediu a palavra para que efeito, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Sr. Presidente, se me permite, quero exercer o direito regimental da defesa da honra da bancada.

O Sr. Presidente: - Essa defesa deve-se a quê, Sr.ª Deputada?

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Sr. Presidente, a defesa da honra da bancada deve-se à afirmação feita pelo Sr. Deputado Manuel Alegre, acusando que estávamos a ser «sequestrados» por um ex-presidente do meu partido.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Alegre, muito simplesmente quero dizer que não há, com certeza, ninguém que faça «sequestros» a este Parlamento.

O Sr. José Saraiva (PS): - Já houve!

A Oradora: - E se o Sr. Deputado Manuel Alegre se sente «sequestrado» pelo facto simples de ter de estar presente - veja lá o Sr. Presidente! - numa votação do Orçamento do Estado, nem eu nem os meus colegas nos sentimos «sequestrados».

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Alegre.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, é evidente que quando utilizei a expressão «sequestro», estava a utilizar uma imagem e uma metáfora.
Estou aqui a cumprir a minha obrigação de Deputado, mas não é disto que se trata, e a Sr.ª Deputada sabe-o tão bem como eu, por isso é que bateu palmas quando falei pela primeira vez…

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Eu?! Não bati palmas!

Vozes do PS: - Bateu a sua bancada!

O Orador: - … e só deixou de o fazer quando referi o nome do Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, temos um Orçamento para votar, na especialidade.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Paulo Portas, por amor de Deus, não tome também este «combóio», pela razão simples de que nunca mais saímos daqui!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Não, não! É o contrário!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado pede a palavra para que efeito?

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Sr. Presidente, para fazer uma interpelação à Mesa sobre a condução dos trabalhos, no sentido de pedir a V. Ex.ª que comece imediatamente as votações.