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0194 | I Série - Número 006 | 26 de Abril de 2002

 

virados para o futuro, olhando para a frente, como disse, ainda há bem pouco, o líder do Partido Socialista, Ferro Rodrigues.
Porque celebramos uma revolução feita por jovens, jovens militares que se atreveram a romper as regras estabelecidas em nome de valores que queremos continuem a ser os mais sagrados deste mundo conturbado em que vivemos: a paz e a liberdade.
Uma revolução a que o povo deu como símbolo, desde logo e de uma forma poeticamente espontânea, uma flor, o belo cravo vermelho de Lisboa.
Uma revolução que marcou o seu início com uma canção, uma bela canção popular dos campos da nossa terra, que se transformou no seu hino e é hoje, por esse mundo fora, um hino de liberdade, Grândola vila morena.
Uma revolução de liberdade em que couberam e cabem todos os sonhos de utopia doce, aqueles que continuam a unir os velhos e os jovens que não se revêem no egoísmo, no chauvinismo e na intolerância que ainda mancham tanto esta Europa e este mundo que são os nossos.
Uma revolução de liberdade, feita da vontade de continuar a lutar pela igualdade e pela fraternidade, aqui e onde quer que elas possam estar em causa. Contra todos os Haider e Le Pen desta Europa e deste mundo.
A revolução de 25 de Abril de 1974.
Porque é também, em parte, ela e o seu espírito que queremos ver, e de alguma forma vemos, a florescer no Timor livre e democrático que acaba de eleger Xanana Gusmão como seu presidente, e será, dentro de poucos dias, o primeiro país a nascer no século XXI, o oitavo país de língua portuguesa no mundo.

Aplausos do PS, do PCP e de alguns Deputados do PSD.

Porque é o exemplo de tolerância, de liberdade, de paz, de respeito pelos direitos humanos, que é o de Abril, que queremos ver a frutificar na terra irmã de Angola, tão longa e tão barbaramente dilacerada pela guerra e onde parece, agora, ter querido, finalmente, chegar a paz.
Uma paz que não poderá senão fazer-se no respeito pelo outro e pela diferença que Abril nos trouxe a nós, portugueses.
Uma paz feita de tolerância, de respeito pelo outro e pela diferença, que, como europeus e cidadãos do mundo, queremos ajudar a que se faça no Médio Oriente, na Terra Santa, entre palestinianos e israelitas.
Porque é a inspiração desse País de «bondade e de bruma», de que nos fala Mário Cesariny, esse País de liberdade capaz de nos dar - como diz Mário - o «mar de uma rosa de espuma», que queremos ver despontar neste mundo difícil e perigoso que é o nosso.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A democracia portuguesa nascida do 25 de Abril de 1974 não tem hoje no horizonte, nem mais próximo nem mais longínquo, ameaças totalitárias que a possam pôr em risco. Não temos, desde há muito, quanto a essa matéria, dúvidas. Mas essa é uma razão mais e maior para que invoquemos, sempre e cada vez mais, o espírito do 25 de Abril como um exemplo e uma luz neste mundo conturbado e por vezes tão injusto que é o nosso. Para construir a paz e a liberdade por toda a parte. Para que Abril se continue a cumprir e com ele Portugal se cumpra também.
Viva o 25 de Abril! Viva a Liberdade! Viva Portugal!

Aplausos do PS (de pé), do PCP, do BE, de Os Verdes e de alguns Deputados do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Em representação do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, tem a palavra a Sr.ª Deputada Leonor Beleza.

A Sr.ª Leonor Beleza (PSD): - Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Sr. Presidente do Tribunal Constitucional, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Convidados, Sr.as e Srs. Deputados:
As minhas primeiras palavras, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, vão para V. Ex.ª, Sr. Presidente da República, que cumprimentamos respeitosamente.
É V. Ex.ª, de acordo com a Constituição, o garante da democracia, em posição acima das sucessivas maiorias políticas e vicissitudes da composição da Assembleia da República e, portanto, da formação de cada Governo.
Saudamos assim em V. Ex.ª, com um significado especial no dia 25 de Abril, o garante máximo da democracia e do cumprimento da vontade popular.
Cumprimentamos também o Sr. Presidente da República de Cabo Verde, que honra esta Assembleia com a sua presença no dia em que comemoramos o 25 de Abril, de significado tão relevante também para o povo amigo de Cabo Verde, a quem dirigimos, por intermédio de V. Ex.ª, Sr. Presidente, a mais fraterna das saudações.

Aplausos do PSD, do PS, do CDS-PP, do PCP e de Os Verdes.

Neste momento, em que também solenemente comemoramos o início da nova legislatura, o Grupo Parlamentar do PSD cumprimenta, na pessoa de V. Ex.ª, Sr. Presidente da Assembleia da República, todos os Deputados eleitos no passado dia 17 de Março.
Cada legislatura que se inicia corporiza o renovar da democracia e o renovar da manifestação da vontade popular. Todos nós, Deputados, somos igualmente representantes dessa vontade. Todos nós temos a mesma legitimidade, que nos advém da mesma fonte.
São sempre muito elevadas as expectativas expressas em cada acto de voto. É correspondentemente também muito grande a responsabilidade que nos recai sobre os ombros.
Cumprimento ainda, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, o Governo resultante da nova composição da Assembleia da República.
Resultou claramente da vontade popular a escolha destes Deputados, o primeiro objectivo das eleições, e a escolha deste Governo, seu segundo objectivo.