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2005 | I Série - Número 035 | 08 de Janeiro de 2004

 

aumentou 43%; o número de licenciados desempregados aumentou 86%.
Este é também, infelizmente, um outro recorde europeu. Portugal é o País com maior taxa de crescimento do desemprego em toda a União Europeia. O desemprego cresceu em Portugal seis vezes mais do que na União Europeia. Pior era difícil, e o pior foi conseguido por esta maioria!

Aplausos do PS.

E essas consequências reflectem-se também na perda do poder de compra das famílias. É o próprio Governo que o reconhece no novo Programa de Estabilidade e Crescimento e confessa que, em 2003, os salários tiveram crescimento negativo.
É certo que a inflação atingiu os 3%, mas alguns dos produtos e serviços essenciais à vida das famílias tiveram um crescimento claramente acima da média de inflação: habitação, água, electricidade e gás tiveram 4,3% de aumento em 2003; transportes de passageiro, 5,7%; vestuário e calçado, 9,5%; e - escândalo absoluto! - as despesas com educação tiveram um aumento de encargos para as famílias de 13,9%.
Não é, por isso, possível que nos surpreendamos com o pessimismo que reina em Portugal. Ontem, uma sondagem da RTP e do Público dizia-nos que 47% dos portugueses esperam pior situação económica para 2004 e que 64% esperam um aumento do desemprego.
Mas não são só as sondagens que o dizem. É o Instituto Nacional de Estatística que, ontem, nos veio dizer que foi interrompida a recuperação do índice de clima económico e que em Dezembro houve um novo retrocesso na confiança dos empresários na economia portuguesa. Pior: houve um novo retrocesso no índice de confiança dos consumidores. Permitam-me que cite o Instituto Nacional de Estatística: "Em média anual o valor alcançado em 2003 é o mais baixo de toda a série, superando o anterior mínimo histórico registado em 1994".
Nunca Portugal esteve tão pessimista e tão deprimido. Só este clima de pessimismo derrotista pode explicar, aliás, a satisfação com que a maioria acolheu o relatório ontem apresentado pelo Banco de Portugal.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o tempo de que dispunha esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Concluo, Sr. Presidente, dizendo que o relatório veio, pela segunda vez consecutiva, rever em baixa as previsões de crescimento económico para 2004, as previsões de investimento para 2004, as previsões de crescimento das exportações para 2004 e rever em alta - esta, em alta! - a previsão da inflação para 2004!
Qual é o motivo de satisfação da maioria, se a maioria não está conformada e derrotada perante o seu próprio balanço?!

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quero terminar,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Já devia ter terminado!

O Orador: - … recordando que a maioria ganhou as eleições prometendo crescer todos os anos dois pontos acima da média comunitária. A maioria falhou o seu objectivo e a única coisa que a maioria garantiu foi que, até ao final da Legislatura, todos os anos cresceremos menos do que a média comunitária.
Estamos quase a chegar a meio da Legislatura. É tempo de a maioria olhar para os factos e mudar de política.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - A maioria ainda está a tempo e Portugal e os portugueses não podem perder mais tempo.

Aplausos do PS, de pé.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Guilherme Silva.