O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3427 | I Série - Número 062 | 12 de Março de 2004

 

nunca permitiremos.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - É curioso verificar, por exemplo, que haja hoje quem, na bancada do Bloco de Esquerda - e que agora, convenientemente, saiu, quando se discute uma data que lhe é tão querida -, diga que é contra, por exemplo, entre outras coisas, a pena capital (e bem, também nós éramos e somos contra a pena capital) mas esqueça convenientemente os comunicados que, então, eram distribuídos e que, de forma tão clara, reclamavam a "justiça popular", os "imperialistas para fora de Portugal" e o "fuzilamento imediato de todos os fascistas".

Vozes do CDS-PP: - São os grandes democratas!

O Orador: - Sim, são os grandes democratas que, em 11 de Março de 1975, queriam fuzilar portugueses que, como eles, politicamente, porventura, queriam exercer a acção política mas que pensavam diferentemente. Hoje, curiosamente, já não são a favor desse fuzilamento, sendo que, não querendo reescrever a história, se esquecem que esses comunicados que apelavam aos fuzilamentos circulavam precisamente por quem fez o 11 de Março, apoiados entre outros, à data, pelo partido Comunista Português.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - O quê?!

O Orador: - E a par dos comunicados dos soldados do RAL 1, que há pouco o Sr. Deputado Francisco Louçã invocava, escusava de ler aquilo que eram comunicados do próprio Partido Comunista e da JCP, …

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Da JCP?!

O Orador: - … onde, entre os casos, se falava da necessidade imperiosa de arrancar o poder aos monopólios e latifúndios, suportes de forças reaccionárias e conservadoras, etc., etc.,…

Protestos do PCP.

… numa linguagem que, não querendo reescrever a História, hoje cito para ter maior rigor.
Reescrever a História seria citar estes acontecimentos de memória e esquecer-me de que outros poderiam ter os documentos na mão e, por isso, compulsá-los e ver que isso não era verdade. Mas porque não quero reescrever a História, Sr. Deputado, apenas quero citar aqui e relembrar-lhe isto, porque certamente tem presente alguns dos excessos desses tempos. Mas, como já disse hoje aqui, relembro isto só com carácter pedagógico, para que uma data como esta nunca se volte a repetir no nosso País.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, peço a palavra para defender a honra da bancada.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, compreendo que o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo queira encontrar forma de, provocando as inevitáveis defesas da honra de outras bancadas, valorizar a sua paupérrima intervenção neste dia.
De facto, não tinha intenção de fazer perder mais tempo ao Plenário com esta minha intervenção, mas não posso deixar de lamentar que, de forma certamente não inadvertida, o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo tenha querido confundir comunicados, não sei de que origem, em que se apelava a actos evidentemente condenáveis, rejeitáveis, e que nesta bancada nunca ninguém defendeu, com a intervenção do PCP na época histórica a que se referiu na sua intervenção.
Como essa provocação não pode passar em claro, quero aqui dizer que o CDS deve imediatamente clarificar essa questão, porque não é admissível que se confundam eventuais comunicados de grupos ou "grupelhos" onde militavam, provavelmente, alguns dos que hoje se sentam noutras bancadas, com a intervenção do PCP.
Sempre defendemos o fim dos monopólios, defendemos a reforma agrária e muito disso até ficou na