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4805 | I Série - Número 088 | 14 de Maio de 2004

 

A energia produzida por este novo sistema hidroeléctrico é lançada na rede eléctrica nacional e, no futuro, será ligada a Espanha, pela linha Alqueva-Balboa. É, pois, de salientar a importância deste investimento, ao nível da complementaridade das redes de Portugal e Espanha, merecendo verdadeiro destaque o papel desta nova infra-estrutura na autonomia energética portuguesa, numa altura em que o nosso País importa 85% da energia que consome.
É bom recordar que já este ano a Central havia começado a abastecer a rede eléctrica nacional, após o chamado Grupo II de geradores ter entrado em teste, em Dezembro de 2003. Foi, então, agora a vez de o Grupo I entrar em funcionamento, após um investimento global que orçou os 118 milhões de euros, dotando a Central de duas turbinas/bomba de 120 MW cada.
Por outro lado, o sistema hidroeléctrico de Alqueva é o primeiro grande projecto de aproveitamento de energias renováveis que se concretiza no Baixo Alentejo.
Ainda durante este ano será construída a maior central solar do mundo, a instalar no concelho de Moura, e a médio prazo será desenvolvida a produção de biocombustíveis e o aproveitamento da biomassa produzida na região.
Também até finais do corrente mês de Maio serão avaliadas as potencialidades oferecidas pela energia eólica, encontrando-se ainda projectada a instalação, junto à barragem, de uma central fotovoltaica, dado que as condições da região alentejana para produção deste tipo de energia são únicas a nível nacional e europeu, em virtude de aí se registarem os maiores níveis de concentração solar.
No âmbito das energias renováveis, destacam-se ainda as potencialidades oferecidas, a médio e a longo prazo, para o plantio de espécies produtoras de biocombustíveis: girassol e colza suportarão o fabrico do biodiesel, enquanto milho, beterraba, trigo e sorgo suportarão o fabrico de bioetanol.
No entanto, deveremos ter sempre presente que o objectivo deste empreendimento de fins múltiplos é contribuir para o desenvolvimento económico e social do Alentejo, criando riqueza e emprego, o qual só poderá ser atingido considerando todas as suas potencialidades múltiplas associadas: da produção de energia eléctrica ao turismo, à agricultura ou ao abastecimento de água para consumo humano.
Nos próximos três anos, a água de Alqueva chegará aos campos alentejanos, sendo a rede primária de rega, que já se encontra em fase de obra, a verdadeira espinha dorsal do empreendimento agrícola. O conjunto de empreitadas neste momento em execução - barragem dos Álamos, canal Álamos-Loureiro, barragem do Loureiro, canal Loureiro/Monte Novo e o túnel Loureiro/Alvito - ocupará mais de um milhar de trabalhadores e implica um investimento de 123 milhões de euros. Para além do fornecimento de água para a irrigação de cerca de 23 000 ha de terras aráveis até 2007, constitui também um objectivo o fornecimento da mesma para consumo humano a 120 000 habitantes da região.
No entanto, a valência agrícola do empreendimento também já funciona e, por isso, há cerca de três semanas, o Sr. Primeiro-Ministro deslocou-se a Alqueva, a fim de, in loco, constatar o funcionamento da famosa Infra-estrutura 12.
A Infra-estrutura 12 dispõe de uma área equipada de 5900 ha, 14 km de rede primária, 105 km de condutas e 3 grandes estações elevatórias com 10 bombas cada uma.
A Infra-estrutura 12 foi inaugurada em 1 de Março de 2002 pelo, então, Ministro da Agricultura do Governo socialista, de forma prematura, à pressa, sem que a mesma estivesse concluída, com intuitos exclusivamente eleitoralistas, criando, assim, falsas expectativas nas populações. Foi, portanto, uma inauguração perfeitamente simulada mas de forma consciente.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E porquê? Em primeiro lugar, porque nas estações elevatórias do perímetro nem sequer havia energia eléctrica, logo, como poderiam elas funcionar?! Note-se que os contratos com a EDP não haviam sido feitos, apenas foram outorgados em Janeiro e Julho de 2003, por este Governo, e só depois foi, obviamente, possível testar as estações elevatórias. Como poderiam regar em 1 de Março de 2002?! Impossível!
Em segundo lugar, havendo inauguração naquela data era suposto haver água nos canais. Pura ilusão, Sr.as e Srs. Deputados! Nem sequer os canais estavam prontos e, claro está, não estando os canais concluídos, não poderiam ser testados.
Só após testar as bombas das estações elevatórias, se tornou, então, possível encaminhar a água para as condutas.
Então, o que sucedeu? Foi só isto: as condutas que não rebentaram perdiam 40 a 50% da água recebida. Resultado: no troço 1 do perímetro, os canais tiveram de ser todos impermeabilizados e, nos troços 2 e 3, as inúmeras fissuras tiveram de ser objecto de enorme reparação, para além da existência de enormes fissuras no canal adutor principal.
Só os problemas estruturais detectados, da exclusiva responsabilidade do Governo socialista, e a sua