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5175 | I Série - Número 094 | 29 de Maio de 2004

 

perder um voto onde o Bloco de Esquerda considere ser uma faixa com alguma receptividade para as propostas do Bloco de Esquerda, a ser esse o caso, não vale a pena perder nem um voto.
Portanto, esta é uma política totalmente incoerente, de quem não tem um rumo, de quem não tem um linha séria, de coerência. É uma política de quem vai tentando aproveitar cada bocadinho, de quem tem uma política que é cada vez mais uma manta de retalhos, mas com tantos buracos que já todos perceberam que, mais cedo ou mais tarde, vai rasgar-se.
Mas precisamos também de saber se, mesmo em relação ao futebol, a argumentação do Bloco de Esquerda é séria, se Portugal é o único País, por exemplo, onde se verifica este tipo de situação. Ora, Portugal não é o único País em que empresas de bebidas alcoólicas patrocinam selecções nacionais ou equipas de futebol. Não é sequer o único País em que uma marca de cerveja patrocina grandes eventos como o Euro 2004. E não é por o Euro 2004 se realizar em Portugal. A Liga dos Campeões é também patrocinada por uma outra marca de cervejas, e não o é por ter sido o Futebol Clube do Porto a vencê-la este ano, mas sim porque todos os anos isso acontece.
Interessa também avaliar aquela relação de causa e efeito que o Bloco de Esquerda tenta estabelecer entre o facto de a Selecção Nacional ser patrocinada por uma bebida alcoólica e os jovens passarem a consumir mais essa bebida alcoólica única e exclusivamente por causa desse patrocínio. Essa ideia levar-nos-ia a concluir, por exemplo, que o facto de o Futebol Clube do Porto, quando ganhou esta semana a Liga dos Campeões, ter nas suas camisolas uma marca de azulejos faria presumir que todos os jovens portugueses passassem a forrar os seus quartos a azulejos, porque, obviamente, o que vêem no futebol é o que querem para si. Nada tem, pois, a ver com isso!
Temos, sim, de ter uma política eficaz de prevenção do alcoolismo.
Sr. Deputado Francisco Louçã, também não é a mesma coisa beber uma cerveja e consumir drogas. Nisto o Sr. Deputado deveria ser especialista, porque quem promove "noites da folha", "festas da folha",…

Vozes do PSD: - Isso é bem verdade! Muito bem!

O Orador: - … festas que apelam ao consumo de drogas, deveria pelo menos perceber que há uma diferença entre este consumo de drogas e o de bebidas alcoólicas. É que o consumo de bebidas alcoólicas, nomeadamente de cerveja, se for feito com moderação, não tem efeitos nocivos para as pessoas.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - É patriótico!

O Orador: - Só que, como os senhores baralham tudo, não conseguem ter uma atitude minimamente responsável na prevenção deste tipo de consumos, porque os senhores são única e exclusivamente oportunistas: em relação a algumas matérias querem tudo, única e exclusivamente porque neste momento não existe; se existisse o contrário, se fosse autorizado o consumo de drogas, por exemplo das leves, e proibido o consumo de cerveja, já estou a ver que o Bloco de Esquerda estaria contra o consumo de drogas leves, e, em vez de fazer a "festa da folha", faria a "festa da imperial" ou a "festa do fino", porque quer, única e exclusivamente, estar contra aquilo que é vigente na sociedade portuguesa.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): - Sempre "do contra"!

O Orador: - Essa atitude "do contra" é uma atitude contra Portugal, contra os jovens, é uma atitude que não é séria e, por isso, não estamos dispostos a votar favoravelmente este projecto de lei.
Mas estamos dispostos a discutir o problema do alcoolismo e a sua relação com a juventude. Quando o Bloco de Esquerda o quiser discutir, vamos discutir também as queimas das fitas, os festivais de juventude, as selecções nacionais. Mas vamos fazer uma discussão séria e não uma discussão sectária, que só interessa ao Bloco de Esquerda. Para isso não contribuímos.

Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Laurentino Dias.

O Sr. Laurentino Dias (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, não vou maçar V. Ex.ª com citações de há três anos do Grupo Parlamentar do CDS-PP, em que o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo defendeu exactamente o contrário do que acabou de dizer.

Risos e aplausos do PS e do BE.