O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1231 | I Série - Número 031 | 17 de Junho de 2005

 

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E, apesar de uma diminuição deste tipo de criminalidade ocorrida a partir de 2002, a verdade é que a mesma cresceu já 460 % nos últimos sete anos - nos transportes públicos, quase todas as semanas, em centros comerciais, junto às escolas e também nas praias. Por isso, se há coisa que a este propósito nunca se poderia fazer era a desvalorização do ocorrido, o "fazer de conta", a desculpa de ser um "facto isolado".

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Como se esta realidade não bastasse, a verdade é que a mesma vem sendo acompanhada por outra igualmente grave e que até a potencia: é que, em Portugal, infelizmente, é a própria autoridade do Estado que vem sendo posta em causa ano após ano, muitas vezes até neste Parlamento.
Dominado por um discurso que faz doutrina na esquerda chique, o tratamento público destas questões quase sempre inverte a ordem das prioridades.
Numa acção policial, qualquer excesso é razão de insistentes notícias e de muitas críticas.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - É verdade!

O Orador: - De resto, não há excesso policial que, de algumas bancadas, não mereça logo e imediatamente pronta reacção parlamentar, num ou noutro caso justificada. Só que quando o excesso vem do outro lado, quando seja justificado por quem viola a lei, por quem causa alarde social, nessa mesma "esquerda chique" o silêncio é quase sempre a regra.

Aplausos do CDS-PP.

E isso não se percebe! Como não se percebe que algumas acções criminosas, mesmo como as descritas, mereçam, em primeiro lugar, a desculpa complacente e só depois a censura, que, como regra, nunca poderia deixar de ser a primeira e desde logo veemente.
Neste mesmo caso do "arrastão" de Carcavelos, por exemplo, o aspecto principal de uma notícia televisiva era - veja-se bem! - não o acto criminoso mas o facto de, alegadamente, uma bastonada ter sido infligida a uma pessoa que não era delinquente, ou seja, valorado negativamente em primeiro lugar não foi o crime, não foi o acto hediondo de uma turba organizada, foi, isso sim, a bastonada do polícia em alguém que não era delinquente.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E nem sequer a mais do que previsível tensão dos agentes nestas circunstâncias, ou seu reduzido número face aos criminosos, justificou melhor compreensão para o acto.
Só que, sejamos claros, mesmo a quem tem tão estranha visão do mundo há que explicar alguns limites muito elementares. E de entre tais limites um há que é a base de tudo: de um lado, estão os que nos defendem, os que combatem as perturbações da ordem pública, os que estão do lado das populações, que são os polícias, os agentes das forças de segurança; do outro lado, estão os que não cumprem a lei, os que nos causam dano, os que afectam a ordem pública e aterrorizam tantas vezes as populações - e esses são os bandidos, são os criminosos, são os delinquentes!

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - O Sr. Le Pen não diria melhor!...

O Orador: - E até podemos contemporizar com todos os discursos justificativos, com todas as explicações de natureza sociológica, integrativa, étnica ou quaisquer outras. Mas não nos confundamos sobre quem deve ser censurado nos seus actos e louvado nos seus esforços, porque, de outra forma, é a autoridade do próprio Estado que estamos a pôr todos os dias em causa, a pôr em causa, obviamente, até ao dia em que seja tarde de mais!
Neste assunto não permitiremos sequer que alguma extrema esquerda sempre derive na discussão destes casos concretos para apreciações raciais, de protecção de minorias, como se de cada vez que falamos de crimes cometidos por quaisquer etnias estivéssemos a pô-las em causa.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Temos o Sr. Le Pen entre nós...! Este é o discurso do Sr. Le Pen!

O Orador: - A este propósito, de resto, Ferreira Fernandes escreveu, muito recentemente, um comentário no Correio da Manhã que não resisto a citar: "Os polícias são o lado bom. Os bandidos o mau.

Páginas Relacionadas
Página 1271:
1271 | I Série - Número 031 | 17 de Junho de 2005   No dia da morte de Vasco
Pág.Página 1271