16 DE NOVEMBRO DE 2006
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Por fim, resta-nos ainda sublinhar que este Congresso serviu para o Sr. Primeiro-Ministro justificar aquilo que era injustificável. De facto, o povo português já percebeu que há aqui uma enorme mentira: o PS fez uma campanha baseando-se num conjunto de propostas e promessas e o desenvolvimento da governação deste Governo, apoiado pelo Partido Socialista, mais não é do que um triste desenrolar de promessas não cumpridas, de violação total dos compromissos eleitorais, de que a introdução de portagens nas SCUT ou o aumento dos impostos são apenas dois exemplos pontuais.
Por isso, manifestando mais uma vez todo o respeito pela instituição que é o Partido Socialista, temos de manifestar, aqui, que não acompanhamos nem o caminho que o PS defende, nem as políticas que apoia neste Governo, nem o caminho futuro da governação, aprovado e consensualizado neste último Congresso do Partido Socialista.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder a todos estes pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Marcos Perestrello.
O Sr. Marcos Perestrello (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria começar por agradecer as simpáticas palavras que me dirigiram e ao Partido Socialista, em relação à realização do nosso Congresso.
Lamento que, no Congresso do PS, não se tenha discutido aquilo que os senhores queriam que se discutisse, mas gostava de vos dizer, com modéstia e humildade, que no Congresso discutimos aquilo que o PS e os delegados ao Congresso entenderam discutir.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Orador: — O Sr. Deputado Miguel Frasquilho veio referir, aqui, o relatório o Banco de Portugal. Ora, relativamente a essa matéria, o Sr. Deputado deveria ser a última pessoa a falar.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Porquê?
O Orador: — Porque os senhores, quando saíram do governo (e ainda me lembro e o Sr. Deputado também se deve lembrar, com certeza), deixaram um défice nas contas públicas de 6,83% do PIB e um crescimento económico negativo!! O Banco de Portugal já reviu várias vezes as suas previsões desde que o PS está no Governo, e reviu-as sempre em alta.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Isso não é verdade!
O Orador: — Não é o Governo que está a rever as previsões em alta. As previsões que o Governo tem feito, normalmente têm pecado por defeito, porque a realidade da economia tem correspondido de forma mais positiva do que aquela que o Governo e que o próprio Banco de Portugal têm previsto.
Portanto, o Banco de Portugal já reviu várias vezes as suas previsões em alta…
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Mas isso não aconteceu, desta vez!
O Orador: — … e esperemos que, até ao fim do ano, estas também sejam revistas em alta.
Só este ano, Sr. Deputado Miguel Frasquilho, a economia portuguesa cresceu mais do que nos três anos em que os senhores estiveram no governo, do qual o Sr. Deputado fez parte.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Orador: — Por isso, podíamos esperar observações dessa natureza de outro Deputado que não um que esteve no governo, como o senhor.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado Luís Fazenda, os senhores não gostam, mas o Congresso do PS reafirmou a política do Governo e o apoio do PS à política do Governo! Os senhores não gostam, mas o PS gosta de reafirmar que apoia a política do Governo!
Vozes do PS: — Exactamente!