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7 | I Série - Número: 046 | 8 de Fevereiro de 2007

O Orador: — Como é habitual nos embustes, à medida que o tempo passa a verdade vem ao de cima.
Não é possível esconder tudo e, sobretudo, não se consegue calar todos! A proporção nacional que o desastre pode atingir levou mesmo o Dr. Campos e Cunha, antigo ministro de Estado e das Finanças do Engenheiro Sócrates, a abandonar o silêncio a que se remetera desde a sua demissão do Governo.
Numa entrevista, muito sintomática, cujo timing, seguramente, não escolheu por acaso, o antigo ministro de Estado e das Finanças denunciou e veio confirmar — com a autoridade de quem conhece o assunto por dentro — toda a irresponsabilidade e ligeireza do Governo socialista.
O antigo ministro de Estado denunciou que a decisão do Governo em avançar com a Ota foi estritamente política, uma decisão não fundamentada em estudos ou em análises técnicas consistentes,…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — … o que é duplamente grave.

O Sr. Luís Rodrigues (PSD): — Uma vergonha!

O Orador: — É grave pela falta de seriedade política de quem assim age e é também grave pela evidente perda de credibilidade desses estudos, que surgem encomendados para justificar uma decisão já tomada e não para fundamentar e sustentar o próprio processo de decisão.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — Mas o ex-ministro das Finanças vai mais longe.
O Prof. Campos e Cunha denuncia, sem rodeios, que a Ota é uma opção perigosa para a segurança das pessoas, devido aos problemas muito sérios, com ventos, na zona das pistas. Repito, Srs. Deputados, é uma opção perigosa para a segurança das pessoas! E confirma, ainda, o que já se sabia: que a vida útil do aeroporto da Ota não ultrapassará os vinte e poucos anos, tornando-se um aeroporto obsoleto a partir de então.

Vozes do PSD: — Bem dito!

O Orador: — A ilustração que o Prof. Campos e Cunha utiliza é, de resto, cristalina. Diz o ex-ministro: «Imagine o que era ter-se feito, e o que é que hoje diríamos, um aeroporto decidido no tempo do Dr. Sá Carneiro ou do Dr. Mário Soares e agora, 20 anos depois, verificar-se que estava congestionado»… Pois é, Srs. Deputados! O problema é que a questão não se coloca só no plano da imaginação mas, sim, no de uma cruel realidade, uma realidade em que o actual Governo socialista vai sorrateiramente avançando e, quando os portugueses, finalmente, derem pela asneira, ela já é um facto consumado. Um facto consumado de esbanjamento de dinheiros públicos e que compromete o futuro de Portugal.

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os estudos encomendados vão-se sucedendo e da sua apresentação selectiva, doseada e dirigida, para produzir efeitos positivos junto da opinião pública mais incauta, se vão encarregando as agências de propaganda deste Governo.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — Mas, inevitavelmente, começam também a ser conhecidos relatórios técnicos que são necessários para o lançamento do concurso, como é o caso do relatório sobre movimentos de terras e terraplanagens, da responsabilidade de uma firma norte-americana.
Ora, algumas das conclusões que constam desse relatório perspectivam não apenas dores de cabeça para a construção mas, antes, um autêntico filme de terror.

Vozes do PS: — Ehhh!...

O Orador: — Terror em termos de segurança, terror em termos de durabilidade, terror em termos do anunciado encarecimento da obra, a que as condições de engenharia pesada, com extraordinária complexidade, necessariamente, terão de conduzir.
Convenhamos, Srs. Deputados, que só por uma crença acéfala na justeza imaculada das opções deste Governo é que se pode assistir, apático, ao desenvolver do processo Ota. Não contem connosco para essa letargia!!