22 | I Série - Número: 083 | 17 de Maio de 2007
Continua a autorizar grandes projectos sem qualquer critério nem lógica de interesse para os munícipes, já que, como se sabe, na Área Metropolitana de Lisboa, a oferta de imóveis é muito maior do que a procura.
É útil que se saiba que o Seixal tem, já hoje, mais 10 000 habitantes que Almada.
E o desordenamento do território? Convido-os, Sr.as e Srs. Deputados, a visitarem Santa Marta de Corroios ou a Ponta dos Corvos. Ver para crer e sentir.
Além disso, está em curso a privatização do mercado municipal. Afinal, a CDU é contra ou a favor das privatizações? Porquê dois pesos e duas medidas? Por seu turno, e noutra vertente, nem a Câmara do Seixal nem as Câmaras de Almada e do Barreiro, todas elas de maioria CDU, foram ainda capazes de encontrar uma solução articulada para a baía do Seixal, para os terrenos da Margueira e para os terrenos adjacentes à Quimiparque, pondo, assim, em risco todo o arco ribeirinho.
Quarto e último exemplo: a Câmara Municipal de Sines, endividada em cerca de 2,5 mil milhões de euros, busca, sem nexo, créditos para «tapar buracos», em completa desorientação e pondo em risco, perigosamente, o futuro do município.
Sr.as e Srs. Deputados: Em contraponto com o cenário funesto que acabei de descrever, o que temos? Temos um Partido Socialista com um projecto concertado, dimensionado, coerente e sustentado, construído em prol da qualidade de vida das populações, tanto para a península de Setúbal como para o litoral alentejano, como é visível no Montijo e em Grândola, autarquias não endividadas e que têm feito obra. E também os convido a visitar estas autarquias, para que vejam e sintam a diferença.
E o que temos mais? Temos um Governo socialista que se empenha no crescimento do distrito de Setúbal, quer pela canalização de investimentos quer pelo estabelecimento de parcerias público-privadas, geradoras de riqueza e de emprego, fomentando uma efectiva coesão social, sem descurar nunca o plano ambiental e territorial.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito bem!
A Oradora: — Factos são factos, Sr.as e Srs. Deputados! Falemos da viabilização da Autoeuropa, pela continuidade no mercado de dois modelos de automóvel e a entrada de um novo modelo. Falemos dos investimentos turísticos em Tróia, à vista de todos. Falemos do Metro a Sul do Tejo, recentemente inaugurado. Citemos a plataforma logística, a ser criada no Poceirão, em Palmela, a nova máquina para a Portucel, em Setúbal, os empreendimentos projectados para a Repsol e para a Galp, em Sines.
Temos, pois, um Partido Socialista com uma lógica de actuação e que merece a confiança dos portugueses, mormente no distrito de Setúbal, porque é desse distrito que ora falamos.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Oradora: — Vou concluir, Sr. Presidente.
Daqui, desta Câmara, alerto as populações do distrito de Setúbal e incito-as a fiscalizar, como é obrigação de cidadania, a gestão das autarquias e a comparar e a concluir que, afinal, quem tem um projecto para o desenvolvimento do distrito de Setúbal é o Partido Socialista. Tudo o mais é nada ou, pior, é agravar a situação, já de si muito penosa, dos cidadãos do distrito com quem partilhamos as angústias, sobretudo com os mais desfavorecidos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Inscreveram-se dois Srs. Deputados para pedidos de esclarecimento.
Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria Manuel Oliveira, foi, no mínimo, com absoluta perplexidade que assistimos à intervenção que fez.
Ainda chegámos a pensar que a Sr.ª Deputada estava a propor-nos um momento lúdico, de diversão — e íamos apelar à seriedade no debate —, tendo em conta, aliás, que a afirmação mais verdadeira e mais justa da sua intervenção foi a de que o Partido Socialista está todo baralhado, quando disse «estou baralhada». De facto, foi o que de mais verdadeiro disse na sua intervenção.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!
O Orador: — É, pois, com absoluta perplexidade que assistimos à afirmação de que as autarquias CDU no distrito de Setúbal são as responsáveis pela situação de dificuldades e de falta de investimento na região. Isto, quando verificamos — e é preciso afirmá-lo e reconhecê-lo aqui consensualmente — que as