79 | I Série - Número: 100 | 29 de Junho de 2007
pelo qual cobram a respectiva taxa. 
3. Na sua essência, a arquitectura do diploma leva à quase equiparação das reitorias a direcções-gerais 
e dos conselhos directivos das faculdades a subdirecções. 
4. Há preceitos que contendem abertamente com o princípio da autonomia universitária, como, por 
exemplo, a ideia de designação de reitores. 
5. O projecto afasta a experiência acumulada com a aplicação do actual regime de gestão universitária, 
que forneceu um modelo de participação democrática das escolas. Tal afastamento implica pôr de lado um 
compromisso de legitimidades, próprias e cruzadas, que arrancam dos diferentes corpos (docente, alunos e 
funcionários), que compõem o tecido conjuntivo da ideia fundante de Universidade. 
6. Há desequilíbrio na redacção do diploma, que varia entre o modelo de um regimento e o de uma lei 
de bases. Alguns aspectos meramente acessórios são profusamente regulamentados, ao passo que outros, 
nucleares, são objecto de uma disciplina vaga, nomeadamente o da questão do financiamento e o da forma 
jurídica das fundações públicas de direito privado. 
7. O RJES traduz uma fuga para a privatização através da criação de fundações públicas de direito pri-
vado. 
8. Introduz o risco de fragmentação das instituições. 
9. Faz uma equiparação redutora entre os conceitos de autonomia universitária e de autonomia financei-
ra ou, mais precisamente, entre autonomia universitária e desresponsabilização financeira do Estado. 
10. Aplica cegamente as mesmas regras a todas as instituições e a todos os ramos do saber, confun-
dindo a igualdade material com a igualdade formal. 
11. Espero que, antes da votação na especialidade, se realize um amplo debate na comissão parlamen-
tar e se proceda à audição de todos os interessados e representantes das universidades, institutos politéc-
nicos e respectivas organizações; 
12. Espero ainda que o Grupo parlamentar do PS, cujo Presidente é uma referência histórica das lutas 
dos estudantes portugueses, consiga melhorar uma reforma que, sendo necessária, não pode pôr em cau-
sa a essência da universidade, a qual, como escreveu Vasco Pulido Valente, não é susceptível de ser 
reduzida «a um mero fornecedor de mão de obra qualificada», antes tem de ser a de «educar e formar um 
homem universal». 
O Deputado do PS, Manuel Alegre. 
Srs. Deputados que entraram durante a sessão: 
Partido Socialista (PS) 
José Alberto Rebelo dos Reis Lamego 
José Eduardo Vera Cruz Jardim 
Maria Manuel Fernandes Francisco Oliveira 
Ricardo Manuel Ferreira Gonçalves 
Partido Social Democrata (PSD) 
António Alfredo Delgado da Silva Preto 
Duarte Rogério Matos Ventura Pacheco 
José Eduardo Rego Mendes Martins 
José Manuel Pereira da Costa 
Pedro Augusto Cunha Pinto 
Pedro Miguel de Santana Lopes 
Rui Manuel Lobo Gomes da Silva 
Sérgio André da Costa Vieira 
Zita Maria de Seabra Roseiro 
Partido Comunista Português (PCP) 
Agostinho Nuno de Azevedo Ferreira Lopes 
Partido Popular (CDS-PP) 
António Carlos Bívar Branco de Penha Monteiro 
Teresa Margarida Figueiredo de Vasconcelos Caeiro 
Srs. Deputados não presentes à sessão por se encontrarem em missões internacionais: 
Partido Socialista (PS)