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48 | I Série - Número: 109 | 21 de Julho de 2007

sobretudo ao facto de o investimento estar em queda há nove trimestres consecutivos,…

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — É verdade!

O Orador: — … isto é, desde que o Governo iniciou funções. Por isso o Primeiro-Ministro não fala de investimento. Só as exportações têm sustentado o reduzido e insuficiente crescimento que vamos registando, puxadas pela retoma da economia europeia, mas sem ganhos de quota de mercado, porque isso, sim, é que seria positivo e um sinal importante.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Mesmo assim, o défice externo agravou-se no último ano para 8,7% do PIB, da riqueza nacional. Este é o reflexo galopante do endividamento das famílias e das empresas portuguesas. O endividamento é de tal monta que fez com que, nos últimos dois anos, os rendimentos gerados no País, mas que são financiados pelo estrangeiro, tivessem subido em flecha. A riqueza gerada no País vai cada vez mais lá para fora, está cada vez mais em mãos estrangeiras, e a parcela que fica em mãos nacionais é cada vez menor. E este estado de coisas não é bom e não serve o País.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Pode não ser mediático, mas aqui está a verdade dos factos.
Desde que o Governo tomou posse, Portugal tem crescido em cada trimestre 1,6% abaixo da média europeia. Ou seja, estamos cada vez mais longe e mais distantes da Europa. E esta não é, Srs. Deputados, uma questão estatística, não é uma questão de números, é uma questão que, depois, tem tradução no dia-adia da vida dos portugueses,…

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Essa é que é a verdade!

O Orador: — … desde logo no que diz respeito ao nível de vida.
O nosso rendimento médio, que, em 2004, era de 75% da média europeia, desceu para 74,5% em 2005, para 73% em 2006 e prevê-se que atinja — sempre a baixar — 72% em 2007. Ou seja, existe uma queda de 3,9% no nível de vida dos portugueses.
Os portugueses têm hoje menos dinheiro para consumir, para poupar e para investir. O nível de vida de cada português está cada vez mais afastado do nível de vida médio de cada europeu. Já fomos ultrapassados pela República Checa em 2005, por Malta o ano passado e prevê-se que, no próximo ano, sejamos deixados para trás pela Estónia, países que muito respeitamos, mas que, há meia dúzia de anos, ninguém imaginava fazerem parte do nosso «campeonato». Nessa altura — no próximo ano — estaremos em 20.º lugar no ranking europeu. Ou seja, todos os anos a baixar de «divisão»! Uma situação confrangedora e nunca vista.
A mais nefasta consequência de tudo isto é o aumento do desemprego. No 1.º trimestre deste ano foi atingida uma taxa de desemprego de 8,4%, a maior dos últimos 21 anos. Vale a pena aqui recordar já não as promessas eleitorais do Primeiro-Ministro mas o que o actual Primeiro-Ministro defendia em Fevereiro de 2005, na altura das eleições. Dizia ele então: «Uma taxa de desemprego de 7,1%…» — era o resultado da época — «… é bem a marca de uma governação falhada». Pelas contas do Sr. Primeiro-Ministro, 8,4%, que é mais do que 7,1%, será a marca de uma governação rotundamente fracassada. Esta é que é a verdade!

Aplausos do PSD,

É isto mesmo que sentem milhares de famílias portuguesas, porque por detrás de cada número está uma pessoa que não tem emprego, está uma família ameaçada pelo desemprego, está um jovem que não consegue um posto de trabalho, está um licenciado desencantado ou desiludido, porque tirou um curso superior e não consegue uma colocação profissional.
Vamos ser claros: o Governo tem uma enorme responsabilidade neste estado de coisas,…

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Muito bem!

O Orador: — … porque tem seguido políticas erradas e não tem feito, no essencial, opções correctas.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Três exemplos concretos.
Em primeiro lugar, o Governo socialista prefere apostar em investimentos megalómanos e deslumbra-se com meia dúzia de grandes empresas; o PSD, ao contrário, se fosse governo, daria prioridade a uma política