44 | I Série - Número: 109 | 21 de Julho de 2007
Geral do PCP, continue a dizer isso, num momento de aperto no debate parlamentar, que foi o que aconteceu neste momento.
O Sr. Jerónimo Sousa (PCP): — Sabe que é verdade!
Protestos do PS.
O Orador: — Mais: o Sr. Primeiro-Ministro referiu várias vezes que não recebe lições de democracia desta bancada.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr. Deputado Bernardino Soares, diga-me isso a mim, que eu fui testemunha!
O Orador: — Sr. Primeiro-Ministro, temos muito orgulho em pertencer à bancada parlamentar de um partido que lutou muitos anos pela democracia em Portugal, e que continua a lutar para que ela seja a melhor democracia possível. O Sr. Primeiro-Ministro deveria ter um bocadinho de respeito — ficava-lhe bem, como membro do Partido Socialista e como Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro pode pôr a democracia e o seu apego aos processos democráticos no discurso quantas vezes quiser, mas o que estamos a verificar, no concreto, é que o PS tem a democracia no discurso e o autoritarismo na prática. Esta é que é a realidade do País!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, que dispõe de 3 minutos para o efeito.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, fiz uma campanha interna no Partido Socialista, campanha que teve realizações em todos os distritos. E sou testemunha, bem como muitos Deputados da bancada do PS, da organização de manifestações de militantes comunistas à porta dos nossos encontros, com o objectivo de me vaiarem.
Protestos do PCP.
Esta é a verdade!
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É falso!
O Orador: — Sr. Deputado, não desminta! Conheço as pessoas, conheço os militantes comunistas e telefonei ao Secretário-Geral do Partido Comunista justamente para lhe dizer que há melhores alturas para se manifestarem,…
O Sr. Jerónimo Sousa (PCP): — E que resposta teve?
O Orador: — … que não é bonito estarem à porta de realizações partidárias, intimidando os militantes socialistas e procurando apupar-me.
O Sr. Jerónimo Sousa (PCP): — Diga! Que resposta é que teve?
O Orador: — Sr. Deputado, oiça!
O Sr. Jerónimo Sousa (PCP): — Seja sério e responda!
O Orador: — Isto aconteceu durante mais de um mês, Sr. Deputado.
Mesmo no meu distrito — onde conheço bem os militantes comunistas, porque há muito tempo que convivemos —, lá estavam eles! Foi por isso que telefonei ao Secretário-Geral do seu partido, dando-lhe conta de que achava inacreditável que houvesse grupos de militantes comunistas que visavam apenas criar a ideia de que havia um descontentamento nacional com as políticas do Governo, condicionando ao mesmo tempo as realizações partidárias.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não precisa de inventar nada, diga que resposta teve!