30 | I Série - Número: 052 | 23 de Fevereiro de 2008
familiares; esta semana, com a suspensão dos encerramentos das urgências. Mas se não aprovarem este projecto do PCP teremos de concluir que, na saúde, apesar da remodelação e do novo discurso, tudo ficará como dantes, em prejuízo das populações.
Já que a Sr.ª Deputada Fátima Pimenta falou do Padre António Vieira, lembro que ele também dizia, no Sermão da Terceira Dominga do Advento, que «cada um é as suas acções e não outra coisa. Quando vos perguntarem quem sois ide ver a matrícula das vossas acções. O que fazeis, isso sois, e nada mais». Se o PS não quiser suspender este processo, é isso que o PS é: responsável pelos encerramentos e por deixar a população sem um Serviço Nacional de Saúde de proximidade!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Gonçalves.
O Sr. Ricardo Gonçalves (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, como é hábito, esta proposta é muito pouco honesta, porque vocês, Deputados do PCP, estão sempre prontos para defender o que existe, seja ou seja mau, e neste caso até estão dispostos a voltar atrás!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não é verdade!
O Sr. Ricardo Gonçalves (PS): — Gostava de lhe perguntar se o neo-realismo é nostálgico, porque não tinha essa ideia, mas, como vocês são fixistas, tudo é possível! Gostava de saber se, nos concelhos onde os presidentes de câmaras assinaram protocolos com o Ministério da Saúde, aceitando os encerramentos dos SAP e até das pequenas urgências em troca daquilo que consideram mais importante para o concelho, eles também devem abrir? Vocês não respeitam a democracia representativa, são paternalistas em relação aos presidentes das câmaras, são centralistas e querem dar lições aos presidentes das câmaras que representam as populações, que querem o melhor para as populações.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É este o contributo do PS?
O Sr. Ricardo Gonçalves (PS): — Vocês sabem que o que conta é o sítio onde houve manifestação. A vossa chamada democracia popular leva a que «se há manifestação, abre-se o SAP; se não há manifestação, fecha-se o SAP»!
Aplausos do PS.
Pergunto: os locais onde houve manifestações e, depois, os presidentes das câmaras assinaram protocolos devem fechar ou devem ficar abertos? Pergunto-lhe mais, Sr. Deputado: por que é que não respeitam os 14 protocolos assinados em relação aos SAP, 3 em relação às pequenas urgências, em 15, e 3 assinados em relação às maternidades? Nada disto é para respeitar! Tudo isso, para vocês, é para deitar para o lixo!
O Sr. João Oliveira (PCP): — E o respeito pelas populações, onde é que está?
O Sr. Ricardo Gonçalves (PS): — As populações são representadas pelos presidentes das câmaras, que vocês não respeitam!
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá dizer isso a Vendas Novas!