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6 | I Série - Número: 060 | 15 de Março de 2008

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr. Presidente, a última intervenção do Sr. Ministro da Economia e da Inovação ocorreu em 8 de Novembro de 2006, a propósito do Orçamento do Estado para 2007. Portanto, há um ano e quatro meses que não o ouvimos falar aqui, no Plenário.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Que saudades!…

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — O meu primeiro apelo é que responda às questões que os grupos parlamentares lhe querem colocar, porque nós gostamos de o ver aqui, Sr. Ministro.
As primeiras questões prendem-se com a matéria do investimento, que é algo que o Sr. Ministro muito preza e muito anuncia.
Em 2005, o Sr. Ministro anunciou investimentos que chegariam aos 29 000 milhões de euros e, até agora, concretizaram-se pouco mais de 7000 milhões de euros de investimento. Portanto, questiono-o sobre este desfasamento entre o que é anunciado e o que é concretizado.
Todavia, o Sr. Ministro continua a dizer que o investimento é o grande desígnio para este ano, já que, em relação às exportações, está previsto um abrandamento neste ano de 2008. Mas, ainda em matéria de investimento — e isto é algo muito estranho para quem tanto preza e diz que tanto faz pelo investimento —, o investimento directo estrangeiro diminuiu 37,2%, enquanto o investimento português no exterior aumentou mais de 85%.
Pergunto: por que é que se reduziu tanto o investimento directo estrangeiro em Portugal no ano de 2007? Essa redução tem a ver, ou não, com as políticas do Governo? Tem a ver com os custos de contexto, designadamente com o nosso sistema de justiça e a falta de competitividade fiscal que existe em Portugal.
Sr. Ministro, termino — o tempo de que disponho é curto —, dizendo que o que o Grupo Parlamentar do PSD pede é que o Sr. Ministro desça à terra e faça um discurso de verdade sobre a situação económica em Portugal! Todos os dados que temos, e que também são do conhecimento de V. Ex.ª, não demonstram essa satisfação que assume perante os portugueses, como se a situação económica de Portugal se traduzisse no melhor dos mundos e tudo fosse muito cor-de-rosa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e da Inovação.

O Sr. Ministro da Economia e da Inovação (Manuel Pinho): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Velosa, o PSD afirma que ainda não está preparado para ser Governo. Eu diria que a questão é diferente, que o PSD nunca esteve preparado para ser Governo.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Bem lembrado!

O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Nos anos de 2002, 2003 e 2004, o investimento em Portugal baixou 10% — muito claramente, queria dizer que nunca na Europa, nos últimos 20 anos, houve um retrocesso tão grande do investimento em qualquer país —, enquanto que no ano de 2007 o investimento em Portugal recuperou 3%. E recuperou 3% porque, finalmente, regressou a confiança.
Sr. Deputado, estive 23 vezes na Assembleia da República e, naturalmente, virei sempre que for chamado.
Existe uma política clara de investimento: o investimento tem um papel verdadeiramente estratégico, sobretudo no ano de 2007. Em 2006, o maior crescimento da economia foi totalmente puxado pelas exportações, em 2007 já teve uma contribuição equilibrada das exportações e do investimento e este ano a grande aposta é o investimento.
Todos os dados de que dispomos para 2008 apontam no bom sentido no que diz respeito ao investimento das PME, ao investimento das grandes empresas, ao investimento nacional e ao investimento estrangeiro.
No que se prende com o investimento estrangeiro, o chamado investimento greenfield, que é o investimento de raiz, aumentou substancialmente no ano de 2007. Já o investimento financeiro, que tem a ver com operações imobiliárias e com dividendos, é outra coisa.