9 | I Série - Número: 060 | 15 de Março de 2008
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — No tempo em que os senhores estavam no governo, repito, o investimento teve uma descida de mais de 10%. Portanto, o que está a dizer pura e simplesmente não é factual.
O Sr. Deputado diz — recordo mais uma vez — que as empresas não querem investir com estas condições. É errado, porque as empresas querem investir, e a prova é que, no ano passado, investiram mais 3%.
O investimento, enquanto baixava em Portugal mais de 10% nos anos de 2002, 2003 e 2004, crescia na zona euro, na União Europeia, em Espanha, em Itália e em França. Portugal era o único país, à excepção da Alemanha, em que o investimento baixava.
Actualmente, o investimento em Portugal recuperou por uma razão muito simples: há mais confiança.
O Sr. Rui Gomes da Silva (PSD): — Confiança?!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — No que diz respeito ao emprego, que é, sem dúvida, um problema central, a situação é radicalmente diferente entre os últimos três anos e os três anos anteriores a estes. É que nos últimos três anos foram criados mais de 90 000 postos de trabalho em termos líquidos, enquanto no tempo em que os senhores eram governo, ou seja, 2002, 2003 e 2004, foram destruídos 60 000 postos de trabalho em termos líquidos. A diferença da política do Governo entre os últimos três anos e os três anos anteriores a estes é um número redondo, isto é, 150 000 postos de trabalho.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para replicar, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia e da Inovação, registo que os 500 dias em que não veio a este Plenário não lhe trouxeram a possibilidade de responder às perguntas que lhe são feitas.
O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Não lhe falei do investimento, mas posso fazê-lo. Posso dizer-lhe, por exemplo, que estatísticas do seu ministério demonstram que nunca o seu Governo conseguiu um nível de investimento directo no exterior equivalente àquele que, por exemplo, sucedeu no ano de 2004.
Mas, Sr. Ministro, a minha preocupação não é discutir o passado, a minha preocupação é discutir sectores de actividade com falências. No seu mandato houve um aumento de 300% nas indústrias de bebidas, 200% nas indústrias de pesca e 160% nas indústrias extractivas. Sr. Ministro, estamos a falar de empresas que fecharam as portas!
O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Eu não sei se são propriamente estes números que o Sr. Ministro vai mostrar nos seus passeios pela Europa, quando vai ver calçado, ou se é essa a sua teoria do can do, que da outra vez que aqui esteve — já lá vão os tais 500 dias — disse que eram essenciais para o Ministério da Economia.
Ó Sr. Ministro, continuo sem perceber duas coisas: em primeiro lugar, como vê as políticas sectoriais deste Governo em relação ao crescimento da economia e à ajuda ao investimento, que deveria ser uma preocupação do Ministro da Economia? Em segundo lugar, não me consegue demonstrar qual a utilidade que teve toda a sua actuação, para que as nossas empresas pudessem crescer, para que a nossa economia pudesse crescer e para que pudéssemos ter uma realidade empresarial, que, se calhar, todos nós gostaríamos que existisse, mas que, infelizmente, Sr. Ministro, só existe em pura ficção.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!