60 | I Série - Número: 063 | 27 de Março de 2008
Bush, Blair, Aznar e Durão Barroso fizeram crer ao mundo, com todas as provas provadas, que havia armas de destruição em massa no Iraque e que era precisa a guerra para as destruir.
Esses senhores estão todos, hoje, bem colocados, provavelmente todos dormem descansados. O certo é que ignoram, ou não querem ver absolutamente, a quantidade de pessoas que morreram nesta loucura de resposta que acabaram por dar.
Legitimaram esta guerra com base na existência de armas de destruição em massa. Primeiro era tudo sim, depois já era assim-assim, mais tarde já nem sequer tinham dito que a legitimação desta guerra eram as armas de destruição em massa e, por último, vieram, um a um, reconhecer que tinha havido um brutal erro nesta legitimação deste acto hediondo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Menos a nossa direita cavernista!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — É evidente que votaremos a favor deste voto, numa absoluta condenação desta palhaçada, que, na nossa perspectiva, não tem outro nome, não fossem tão graves as consequências que dela decorreram.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Rosas.
O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, é para, muito rapidamente e em primeiro lugar, dizer a verdade sobre estas coisas: o Partido Socialista negociou connosco e aprovou este voto até dois minutos antes de começar esta sessão, onde algum «espírito santo de orelha» resolveu criar novas condições para o PS ter o pretexto de não o votar. É bom que se saiba isto.
Vozes do PS: — Ah!…
O Sr. Fernando Rosas (BE): — Em segundo lugar, nós não estamos nesta moção a discutir a actualidade do Iraque, estamos a discutir a dignidade do Estado, e, há cinco anos, o Estado português, representado pelo governo da direita, foi às Lajes associar-se a uma mentira internacional para desencadear uma guerra contra a lei, contra a moral internacional e contra a vontade dos povos. É isto que estamos a discutir!
Aplausos do BE.
Em terceiro lugar, lamentamos constatar que, com esta posição, o Partido Socialista abandona milhares e milhares de socialistas que, há cinco anos, desceram à rua para protestar contra a guerra, que agora se recusa a condenar através da negação deste voto.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendonça. Tem 13 segundos.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em política nem tudo o que parece é e não vale a pena estarmos a dizer coisas que não foram a realidade. Por isso, há três notas que quero deixar.
A primeira nota é que o Partido Socialista foi sempre contra a invasão do Iraque.
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas com moderação!