11 | I Série - Número: 076 | 26 de Abril de 2008
intermunicipais ao nível do arquipélago, da necessidade de preencher os quadros dos agentes da PSP, que estão manifestamente carentes e que estão longe de estar preenchidos. Mas nada foi dito sobre isso! Era isso que esperávamos que o Sr. Primeiro-Ministro, e Secretário-Geral do Partido Socialista, pudesse anunciar perante os açorianos, mesmo perante os açorianos do Partido Socialista, ou seja, mais e melhores meios para as forças de segurança.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por fim, Sr. Deputado, há uma terceira preocupação que gostava de lhe deixar, que se prende com a justiça, nomeadamente com o novo mapa judiciário.
Teremos oportunidade de proceder aqui ao respectivo debate e de darmos conta da nossa opinião sobre as propostas relativas a este mapa judiciário. Mas deixo-lhe esta pergunta: parece-lhe, Sr. Deputado, que faz sentido e que é exactamente a mesma coisa — como VV. Ex.as propõem no novo mapa judiciário — ir da Graciosa à Terceira ou das Flores à Horta para resolver um litígio judicial, como quem vai das Caldas da Rainha a Leiria ou de Setúbal ao Barreiro (que são exemplos que conheço)?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Renato Leal.
O Sr. Renato Leal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, em primeiro lugar, quero dizerlhe que, nos anos mais recentes, os Açores passaram a ter uma organização insular diferente, em termos de investimento, tendo sido criado aquilo a que se convencionou designar por ilhas de coesão. Já há duas décadas, no arquipélago das Canárias, havia as islas capitalinas e as islas periféricas. Essa filosofia chegou mais tarde aos Açores, mas chegou. Efectivamente, para as ilhas de coesão existem dispositivos legais que beneficiam investimentos que quatro das nove ilhas não têm.
Não sou daqueles que defendem que o estado actual da autonomia é um estado de perfeição, por isso tive todo o cuidado em referir que não estamos deslumbrados, estamos, sim, satisfeitos com a obra já feita. Eu, que fui professor durante grande parte da minha vida, habituei-me a avaliar os outros e a auto-avaliar-me e sempre considerei como ponto muito importante da minha actividade política saber fazer a avaliação relativamente ao ponto de partida, ao ponto em que me encontro e ao ponto onde quero chegar.
Já fizemos muito, mas não estamos nunca satisfeitos com aquilo que fizemos. Quem vive em ilhas, em que a meteorologia nos é traidora, tem de ter plena consciência disso. Nem a meteorologia açoriana nos é fiel — a continental pior ainda!...
Temos, pois, de ter, como se costuma dizer, «um olho em cada cabelo», e como, em termos de cabelo, já estou na fase em que estou, tenho de ter muito mais…
Risos gerais.
Sr. Deputado, relativamente à segurança, não estamos contentes com a situação.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ah!…
O Sr. Renato Leal (PS): — Mas, como somos Deputados do Partido Socialista, não vimos para a praça pública tratar aquilo que devemos tratar em privado. Os Deputados do Partido Socialista…
Risos do CDS-PP.
Peço desculpa, mas bebi o chá que a mãe e o pai me deram quando era miúdo e tento utilizá-lo quando é necessário — não estou a referir-me a si, Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O que quero dizer é que não uso na praça pública a argumentação que o meu espaço político me permite que utilize na privada. Não estamos contentes com a situação,…