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6 | I Série - Número: 077 | 26 de Abril de 2008

José Honório Faria Gonçalves Novo João Guilherme Ramos Rosa de Oliveira Miguel Tiago Crispim Rosado

Bloco de Esquerda (BE): Ana Isabel Drago Lobato Fernando José Mendes Rosas Francisco Anacleto Louçã Helena Maria Moura Pinto José Borges de Araújo de Moura Soeiro João Pedro Furtado da Cunha Semedo Luís Emídio Lopes Mateus Fazenda Mariana Rosa Aiveca Ferreira

Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV): Heloísa Augusta Baião de Brito Apolónia José Miguel Pacheco Gonçalves

Deputado não inscrito em grupo parlamentar: Maria Luísa Raimundo Mesquita

O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», tem a palavra o Sr. Deputado José Miguel Gonçalves.

O Sr. José Miguel Gonçalves (Os Verdes): — Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Srs. Presidentes do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal de Justiça, Srs. Deputados, Srs. Capitães de Abril, que aqui particularmente saúdo em nome do Partido Ecologista «Os Verdes», Sr.as e Srs. Convidados: Lembrar o legado de Abril é um exercício que a todos deve envolver, não como um ritual, não como uma rotina, mas acima de tudo como uma afirmação de valores, de caminhos e de sonhos, dos tais sonhos que «são uma constante da vida».
O 25 de Abril transbordou a madrugada, transbordou o dia, transbordou o passado tal como transbordará o presente, transbordou os locais da revolução, transbordou fronteiras, Abril significa sentimentos, actos e convicções.
Lembrar Abril deve ser, pois, um momento constante de recordar as conquistas, mas também tudo aquilo que permanece por conquistar, entre direitos e liberdades muitas vezes falhadas.
Passados 34 anos da revolução, as músicas de José Afonso, continuam a retratar aquilo que o espírito de Abril ainda hoje não conquistou na realidade de muitos.
«Adeus ó Serra da Lapa» era a música que retratava a ventura de quem fugia à miséria vivida na Serra da Lapa, entre Trás-os-Montes e a Beira Alta.
Hoje, já sem a ventura de outros tempos que era conseguir sair do país, muitos são os 2 milhões de portugueses que continuam a tentar fugir à miséria que persiste.
Continuamos a ser um país que cresce e se desenvolve de forma desigual, onde as oportunidades para a realização dos sonhos tardam em chegar para muitos.
É o caso dos sonhos daqueles que sucumbem às desigualdades territoriais, que permanecem nuns casos e se agravam noutros. Distâncias que nem os muitos investimentos rodoviários conseguem encurtar.
À concentração de mais cidadãos nos grandes centros urbanos tem-se respondido com maior concentração do investimento público.
À diminuição de cidadãos nos centros rurais, tem-se respondido com encerramentos e maior concentração dos serviços públicos.
Apesar de o território português ser escasso e as distâncias serem curtas, parte permanece num silêncio esquecido.