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6 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008

qualificada, pelo que será uma votação electrónica e disso ficam desde já informados os grupos parlamentares.
Para abrir o debate da moção de censura, tem a palavra, em nome do CDS-PP, o Sr. Deputado Paulo Portas.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: No início do seu mandato, V. Ex.ª entrou de uma forma prometedora, criou expectativas e obteve apoios para medidas que tomou que excediam a sua formação política. Teve a seu favor uma maioria absoluta de um só partido, um Presidente da República cooperante, um Governador do Banco de Portugal camarada e três anos para reduzir o défice — e não apenas um, como outros. E beneficiou de uma indulgência geral.
Três anos passados, a sensação que o País tem é a de que os sacrifícios não tiveram a utilidade prometida, as dificuldades são cada vez maiores e as injustiças se repetem todos os dias.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E V. Ex.ª, Sr. Primeiro-Ministro, três anos volvidos, está sem resposta para a crise e sem discurso para promover uma esperança honesta em dias melhores.

Aplausos do CDS-PP.

A minha intenção, neste primeiro discurso, é provar por que é que o Sr. Primeiro-Ministro e o seu Governo falharam.
Desde logo, Sr. Primeiro-Ministro, se governar é prever, o seu Governo não acertou uma única previsão económica.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O Programa do Governo previa 3% de crescimento. Onde estão eles, Sr.
Primeiro-Ministro?!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O crescimento da economia era de 2,2%, revisto para 1,5%. A inflação era de 2,1%, na verdade, 2,6%, mas, segundo as instituições sociais, os preços dos bens essenciais subiram, em média, 5,6%! O investimento caiu para metade. As exportações «leva-as o vento», cada ano que passa. E o endividamento, como sabe, nunca atingiu as proporções que hoje tem.
Há cerca de um mês — um mês! —, o Sr. Primeiro-Ministro disse: «Vamos convergir com a Europa!».

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — A verdade, Sr. Primeiro-Ministro, é que não vamos convergir com a Europa! Já tínhamos sido ultrapassados por Malta, pelo Chipre, pela República Checa, e a previsão é a de que agora também o seremos pela Eslováquia e pela Estónia.
O senhor prometeu aos portugueses «a luz ao fim do túnel». Há cada vez menos luz e há cada vez mais túnel, Sr. Primeiro-Ministro!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Mas se governar é também escolher, o senhor ficou paralisado perante a crise e escolheu não escolher, não agir.