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9 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008


se indignar, aquele direito à indignação que alguém um dia qualificou. E sabe porquê? Porque quando acontecem coisas que são revoltantes e o Sr. Primeiro-Ministro não se indigna, o que acontece é que, em seu nome, mesmo que o senhor não saiba, começam a ser feitas coisas que são de uma crueldade e de uma pouca sensatez que chocam qualquer português com bom senso. Dou-lhe dois exemplos, que contêm duas perguntas. Um deles, o senhor não quer ouvir, porque já lho dei uma vez e já lhe fiz essa pergunta. O Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência é responsável por um site, destinado a crianças com 10 e 11 anos, onde se dizia isto: «Curtir é sentir o prazer da droga», «Queimar é aquecer com o isqueiro a cocaína até fazer a bolha brilhante, cativante e vaporosa»…

Vozes do CDS-PP: — É uma vergonha!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Num organismo do Estado, num site do Estado, um presidente de um instituto público, do Estado, faz isto e o Sr. Primeiro-Ministro não o demite?! Desculpe-me que lho pergunte, Sr. Primeiro-Ministro…!

Aplausos do CDS-PP.

Protestos do PS.

A segunda pergunta sobre a capacidade de se indignar — e não sou eu que o digo, é o presidente das instituições particulares de solidariedade social — tem a ver com o seguinte: a ASAE decide fechar estabelecimentos e destruir comida à frente de gente pobre, comida que estava em condições.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Concluo já, Sr. Presidente.
Sr. Primeiro-Ministro, acha normal, com a situação social que temos, que uma agência do Estado faça coisas destas em instituições sociais e nada aconteça com a ASAE, nem com o seu director? Eu não acho normal, Sr. Primeiro-Ministro!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Para tudo isto, que é desolador — e com isto termino, Sr. Presidente —, o Sr. Primeiro-Ministro tem apenas o argumento do passado, já repetido ad nauseam — e a culpa, quando não é do passado, agora é do mundo. Ó Sr. Primeiro-Ministro, estou à espera que me diga que a culpa é de Dom Afonso Henriques…! O Sr. Primeiro-Ministro pediu esta moção de censura. Teve-a porque a merece.

Aplausos do CDS-PP, de pé.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro (José Sócrates): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A melhor palavra para caracterizar esta moção de censura do CDS é a palavra «oportunismo».
Sobe o petróleo no Mundo? Pois bem, censure-se, então, o Governo! Como já alguém disse, com graça, para o CDS o pecado capital do Governo é o seguinte: em três anos não foi capaz de descobrir um único poço de petróleo no nosso país…!

Risos do PS.