13 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008
para a revisão da legislação laboral. Responde à conjuntura económica com novos incentivos ao investimento económico e à exportação. Desenvolve os grandes programas de qualificação dos serviços públicos, designadamente na saúde e na educação. Concentra os seus esforços nas políticas sociais, protegendo os mais vulneráveis e combatendo as desigualdades. Enfrenta a raiz do problema energético, apostando nas energias renováveis, na eficiência energética, no transporte ferroviário e no uso dos transportes públicos.
Nós todos já sabemos o registo da direita: nunca venceram uma crise, antes as agravaram. Já conhecemos, também, a atitude dos conservadores de esquerda, sempre em luta contra qualquer reforma modernizadora.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Atropelam-se uns aos outros em interpelações e moções de censura, mas estão redondamente enganados. O que merece censura é a irresponsabilidade política! O que merece censura é a demagogia! O que merece censura é o oportunismo político! Os portugueses podem contar com esta maioria e com o Governo para enfrentar com seriedade os problemas da presente conjuntura, porque não cedemos à facilidade, nem à demagogia!
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, agradeço-lhe que conclua.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou concluir de imediato, Sr. Presidente.
O rumo está claro: rigor nas contas públicas, modernização do Estado e da economia, aposta no crescimento e no emprego, qualificação das pessoas e justiça social. Este é o rumo que serve o País. Este é o rumo que serve Portugal, porque este é o rumo que serve os portugueses!
Aplausos do PS, de pé.
O Sr. Presidente: — Não há perguntas ao partido que apresenta a moção de censura,…
Vozes do PS: — Ohhh…!
O Sr. Presidente: — … mas há ao Sr. Primeiro-Ministro.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de lhe fazer três perguntas muito concretas. Peço-lhe que faça um esforço para responder aqui e não depois ali, no «flash interview», sem contraditório.
Protestos do PS.
Também lhe queria dizer que considerei um pouco revelador que o Sr. Primeiro-Ministro só tenha falado na crise que Portugal atravessa e que os portugueses sentem nos últimos 30 segundos dos 12 minutos que o Sr.
Presidente lhe deu.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — É, portanto, notável que o Sr. Primeiro-Ministro nada tenha a dizer a quem neste momento tem de escolher entre pagar a prestação da casa ou a educação dos filhos; entre quem tem de escolher ficar sem a pensão ou ficar sem poder jantar; entre quem tem de escolher emigrar para poder subir na vida ou ficar em Portugal com a sensação de que este é um País que «corta as asas» a quem quer trabalhar e a quem tem mérito. Já agora, não tem uma palavra a dizer a quem «trabalha no duro» e vê que muitas vezes o Estado subsidia quem não quer trabalhar.