18 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008
No fundo, o que está aqui em causa — e podemos dizê-lo — são três respostas, a primeira das quais é a da direita populista, segundo a qual é preciso baixar os impostos para agradar, é a solução mais fácil. Isto seria um erro! Mas há outra proposta, que é a de regular os preços administrativamente. Aliás, a Sr.ª Deputada diz «regulemos os preços, tal como na Bélgica». Mas, Sr.ª Deputada, não sei se sabe que na Bélgica a gasolina e o gasóleo são mais caros. Não sei se sabe, Sr.ª Deputada…
Protestos do BE.
Não lhe contaram esta parte! Essa regulação não deu bom resultado, Sr.ª Deputada!
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Deputada, esse não é o caminho! Esse caminho não é responsável!
Protestos do BE.
A verdade é que o CDS quer baixar os impostos, os senhores querem manter o preço administrativamente e o PSD nada diz ou, melhor, o PSD diz que o Governo não tem respostas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Está a ser mal agradecido! Diz que concorda!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Bom! O Governo tem as seguintes respostas: desce o IVA em Julho, apoia as famílias mais carenciadas e que são mais atingidas pelo aumento do custo do petróleo,…
O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … dando-lhes mais 25% de abono de família — isto é uma resposta! —…
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e mantendo os preços dos transportes públicos. Aqui estão as respostas «fáceis»,…
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Já agora, podia responder às minhas perguntas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … as respostas que pretendem iludir os portugueses, mas, no fundo, os portugueses sabem bem que manter o rumo com firmeza é a melhor resposta a uma situação difícil e turbulenta que exige um Governo que não ceda à demagogia, à facilidade e, muito menos, à irresponsabilidade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.
O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, esta moção de censura do CDS é verdadeiramente um acto falhado.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Dê liberdade de voto à sua bancada e vai ver se é um acto falhado!