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15 | I Série - Número: 092 | 6 de Junho de 2008

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sabe, Sr. Deputado, a verdade é que o esforço que fizemos ao longo destes últimos anos foi para resolver os problemas que os senhores deixaram, e de que o senhor não gosta que se fale, e fizemo-lo em benefício daqueles que são mais vulneráveis na nossa sociedade. E ao resolver as contas públicas criámos uma margem de manobra para apoiar aqueles que precisam mais do Estado.

Aplausos do PS.

Num momento destes em que os portugueses sabem que precisam do Estado a resposta a dar aos portugueses é esta: aqui está o Estado fazendo aquilo que pode, mas um Estado para ajudar e não um Estado desequilibrado nas suas contas para criar problemas aos orçamentos das famílias, aos orçamentos das empresas ou ao orçamento da economia.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — A escolha é esta: entre «bota abaixismo» do CDS demagógico e populista e a via responsável de quem sabe que a resposta a dar aos portugueses é uma via de futuro, uma via justa, uma via de quem faz aquilo que pode para ajudar os mais fracos que precisam do apoio do Estado neste momento.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sejamos sérios.

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Pode começar!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Ao contrário do que o senhor diz, esta crise mostra exactamente que o seu Governo falhou porque o que todos os indicadores internacionais nos dizem é que a crise internacional afecta toda a Europa, mas enquanto ela durar e no fim vamos ficar mais pobres do que os nossos congéneres europeus.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Não é verdade!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Portanto, o seu Governo falhou.
Sr. Primeiro-Ministro, crises é algo a que os portugueses já estão habituados; já passaram, já batalharam durante muitas. O que os portugueses não suportam mais — e é por isso que hoje «a moção de censura» está nas ruas a manifestar-se — é este profundo autoritarismo, esta arrogância do seu Governo, a forma como durante três anos foi sempre impondo dificuldades, obstáculos, sacrifícios sempre, sempre, sempre, sempre aos mesmos. O que o País não tolera mais é esta sensação de injustiça! E os portugueses sabem, porque vão discutindo, o que se passa na crise dos combustíveis. Sabem que os lucros da Galp vão subindo, que são 250 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. Sabem que os preços da gasolina, em Portugal, quando estão numa estação de serviço, sobem sempre mais do que sobem no mercado internacional de crude. Sabem exactamente, nos dias que correm, o que quer dizer a palavra «liberalização». Quer dizer que os consumidores estão «de mãos atadas» perante as empresas importadoras e distribuidoras e que o Governo, pura e simplesmente, «lavou as suas mãos».
Ora, do que o País precisa é de respostas e de propostas políticas. É por isso que o Bloco de Esquerda vai entregar, ainda durante o dia de hoje, o seu projecto para criar um mecanismo de regulação e de transparência ao nível da formação de preços na gasolina e no gasóleo em Portugal — aliás, é um sistema semelhante ao que existe na Bélgica. Na verdade, acreditamos que esta é a única forma de gerir a crise dos combustíveis.