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33 | I Série - Número: 099 | 27 de Junho de 2008

… que todos os Deputados optem entre os lucros da banca e a vida das famílias com os empréstimos sempre a subirem como têm tido até agora.
Disse o CDS que as nossas propostas não são para estimular a economia. É, evidentemente, um erro económico. Quando se propõem salários e reformas mais fortes, estamos a estimular também o mercado interno, aspecto essencial do desenvolvimento económico; quando se propõe a baixa do preço dos combustíveis, estamos a estimular sectores económicos, designadamente aqueles que mais dependem do combustível.
Bem sabemos que o CDS confunde estimular a economia com estimular os lucros das empresas e esse é, provavelmente, o seu problema.

Protestos do CDS-PP.

Quanto ao PS, está de acordo, certamente, com isto: a banca é para proteger; os lucros aumentam e pagam menos impostos. E, no entanto, não há nenhuma ideia em relação à sua contenção!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Os custos destas medidas não são, na maior parte, para o Estado, são para os lucros das petrolíferas, são para os lucros da banca.
Apresentados estes projectos de resolução, a pergunta que os Srs. Deputados têm que fazer não é a de saber quanto custa ao Orçamento estas medidas mas, sim, quanto custa ao País não aplicá-las, quanto custam, em dificuldades e sofrimentos, os salários e reformas de miséria, quanto custam, em vidas destroçadas e em casas perdidas, os brutais aumentos das prestações bancárias, quanto custa, em corte em bens essenciais, o aumento dos preços, que vemos todos os dias.
A pergunta que os Srs. Deputados do PS têm todos que fazer a si próprios — os que assistem silenciosos à degradação do País e os que fazem solenes discursos de esquerda — é a de saber quantos milhões têm os bancos que lucrar, ainda, para aceitarem o aumento real de salários e reformas ou para admitirem que as prestações das casas não podem continuar a aumentar desta forma.
O que os Srs. Deputados do PS têm de perguntar a si próprios é: quanto mais podem lucrar — na Galp e outras petrolíferas — Amorim, Eni e outros, para que os senhores reconheçam que é preciso pôr um travão à especulação? Perguntem a si próprios, como Garrett: «Quantos pobres são necessários neste País para fazer um rico?»

Protestos da Deputada do PS Rosa Maria Albernaz.

O que propomos aqui, hoje, não é uma ruptura com a política de direita que o PS, PSD e CDS aplicam há tantos anos e que cada dia que passa se torna mais necessária. É apenas um conjunto de medidas que fazem sentido e são irrecusáveis neste momento em que o País vive.
O que vos propomos não é que façam uma revolução, nem que sejam, de facto, socialistas. O que vos propomos, hoje, são medidas mínimas para que os portugueses tenham um pouco menos de desespero e um pouco mais de dignidade.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Strecht.

O Sr. Jorge Strecht (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Bernardino Soares: Não fora esta última intervenção e a afirmação, absurda, de que as medidas que propõem têm alguma coisa a ver com a reanimação da economia, eu não faria esta intervenção; mas vou fazê-la, porque o disse e porque é absurdo o que disse.