O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8 | I Série - Número: 108 | 18 de Julho de 2008

Outro exemplo é o do alargamento, de uma só vez, da acção social escolar para o triplo dos alunos beneficiados, desburocratizando a sua aplicação. A partir de agora, serão 400 000 os alunos que terão ensino completamente gratuito, 300 000 os que verão as despesas de refeição, manuais e materiais reduzidos a metade.
Chamamos a isto levar a sério o «tendencialmente gratuito» e redistribuir riqueza privilegiando os mais carenciados.

Aplausos do PS.

Outros exemplos recentes: o passe escolar (com uma redução de 50%) para todos os alunos, dos 4 aos 18 anos, que, pelas características das zonas urbanas onde moram, utilizam os transportes públicos e não o transporte escolar.
Antes de terminar, queria ainda dar dois exemplos: alargar o contacto com as expressões artísticas, designadamente a música, a todos os alunos. A vocação do Ministério é proporcionar ao maior número possível de crianças e jovens percursos vocacionais habitualmente acessíveis (geográfica e socialmente) a muito poucos; e, finalmente, permitir a continuidade dos projectos educativos através da estabilização do corpo docente – serão mais 20 000 professores a estarem estáveis no próximo ano.
A resolução destes estrangulamentos — que todos denunciavam mas que persistiam — tem sido acompanhada de muita discussão pública, que é sempre bem-vinda, e de alguma crítica, que, sendo legítima, nem sempre é justa.
Vejamos o caso dos exames: nalguns, os resultados foram globalmente melhores que os dos anos anteriores; noutros, piores; em muitos, mostraram estabilidade. Decorreram com normalidade e, como desde há muitos anos, as provas foram elaboradas pelo GAVE, organismo que não recebe, nem nunca recebeu, «indicações» dos ministros. Mas o mais noticiado sobre os exames não foi esta normalidade, foi a ideia de facilitismo, de manipulação para mostrar resultados, de dar prioridade às estatísticas!

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É verdade!

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Começo por afirmar que nós não estamos contentes com os resultados.
Estão ainda longe das médias europeia (expressas em estatísticas, claro!), ainda longe do que gostaríamos de ter depois de 30 anos de grande esforço na educação, longe do que gostaríamos de ter para ultrapassar as nossas carências de formação e os nossos objectivos democráticos.

A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Mas falar de facilitismo quando há 50% de negativas, por exemplo, na Matemática do 9.º ano, ou é apontar para um esquema de exclusão de metade dos alunos por incapacidade ou é passar um atestado de inutilidade a todo o esforço da comunidade educativa.

Aplausos do PS.

Lembro que a Matemática, exactamente a Matemática, foi alvo de um plano especial nos últimos três anos, que começou com a formação de professores do 1.º ciclo e se estendeu a todo o sistema escolar. E o que foi feito, de acordo com o plano proposto por cada escola? Divisão de turmas e reforço do número de professores, mais apoio técnico e material didáctico apropriado, disponibilização de testes intermédios para que todos os professores pudessem ir testando, todos os anos, a aquisição de conhecimentos dos seus alunos, criação de uma base com mais de 3000 itens sobre Matemática, com a participação dos professores, disponível na Internet, que já teve mais de um milhão de acessos! Isto significa que nunca se apostou tanto e com tanto rigor científico numa disciplina considerada difícil mas essencial em todos os percursos educativos.