67 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Exactamente!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Está escrito neste documento, Sr.ª Deputada, e refere-se a uma situação que se passa no seu círculo eleitoral! Chegaremos aos 400 €, mas não confunda a propaganda com a realidade.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Deputada, na sua intervenção, falou dos subsídios. Estranhamente, falou do subsídio de maternidade, mas não teve uma palavra a dizer sobre aquilo que o Partido Socialista mantém como uma discriminação sem nome na lei, que é o facto de umas mulheres terem direito à licença de maternidade paga a 100% e outras a 80%.
Sr.ª Deputada, para um Governo que enche as páginas dos jornais com os apoios à família, como é que mantém esta discriminação? Não será que toda a gente deveria ter direito à licença paga por inteiro? Por que é que o Partido Socialista não dá esse sinal? Por último, Sr.ª Deputada, por que é que se esqueceu de um dos principais apoios sociais deste país que se chama subsídio de desemprego? Por que é que a Sr.ª Deputada quis falar de todos os subsídios do Governo e se esqueceu do subsídio de desemprego e de justificar por que é que a alteração das normas do subsídio de desemprego veio desproteger aqueles que mais precisam de protecção no momento em que perdem o seu emprego, designadamente os jovens com menos de 30 anos? Fale do subsídio de desemprego, Sr.ª Deputada!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, queria começar por lhe colocar uma questão que já foi aqui colocada por repetidas vezes pelo PCP, designadamente nos últimos meses, que tem a ver com a fórmula de cálculo das pensões.
Como sabe, porque conhece o seu distrito, há inúmeros casos de reformados prejudicados com a aplicação da fórmula de cálculo que o seu Governo aplica desde 2007. Sabe também que durante muito tempo o Governo negou que isto estivesse a acontecer, mas a verdade é que muitos reformados têm cortes nas suas pensões de dezenas ou de centenas de euros. Isso é tão verdade que até o Governo incluiu neste Orçamento do Estado, e bem, um conjunto de normas para corrigir a forma injusta como estavam a ser tratadas e calculadas estas reformas.
O problema é que está previsto o recalculo das reformas antigas, as que já estão em vigor, mas não está previsto que aqueles que já se reformaram com dinheiro a menos do que seria justo recebam o dinheiro que não lhes foi pago.
Temos colocado esta questão. O Sr. Ministro das Finanças, há pouco, manifestou abertura para que a discussão desta matéria se faça na especialidade e é isso que faremos. Gostaria de saber qual é a opinião do Partido Socialista em relação à necessidade de podermos corrigir a injustiça que ainda fica de fora depois do que o Governo pôs no Orçamento do Estado.
Uma segunda questão tem a ver com a actualização das pensões.
Como a Sr.ª Deputada sabe, no nosso país, com a legislação que a sua maioria e o seu Governo aprovaram, as pensões são actualizadas com um forte condicionante do crescimento do PIB. Isto é, quando o crescimento do PIB é inferior a 2% — coisa que acontece todos os anos com o seu Governo e para o ano também vai acontecer —, as reformas ou não aumentam mais do que a inflação ou, no caso das mais baixas, só aumentam ao nível da inflação. Ora, isto não é maneira de corrigir a degradação das reformas e de distribuir melhor a riqueza.
Não é, portanto, necessário desindexar a actualização das reformas do crescimento do PIB, sobretudo quando, em vários anos consecutivos, esse crescimento está abaixo dos 2%?! Este problema podia não se