28 | I Série - Número: 021 | 4 de Dezembro de 2008
Sr. Deputado José Eduardo Martins, em relação aos biocombustíveis, a meta de 10% não é para 2009, mas 2010. Portanto, houve aí um erro. Não se trata de um, mas de dois anos.
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — É para cumprir?
O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Segundo: como sabe, têm sido feitos, nos últimos anos, grandes investimentos ao nível das refinarias precisamente para podermos ter uma incorporação de biocombustíveis no nosso país.
No que se refere ao Fundo de Carbono, em nenhum governo do PSD, designadamente naqueles de que o Sr. Deputado fez parte, houve qualquer tipo de mecanismo deste género. Existe pela primeira vez e neste momento está a apoiar projectos muito interessantes ao nível da eficiência energética no nosso país e também ao nível mundial. Era bom que o Sr. Deputado fizesse esse reconhecimento.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Peço-lhe para terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Em relação aos carros eléctricos, nos próximos anos haverá uma mudança de paradigma absolutamente fundamental. Era bom que também houvesse esta compreensão por parte dos partidos da oposição.
Sr. Deputado António Carlos Monteiro, penso que a sua intervenção tem todo o sentido — aliás, na Comissão de Assuntos Económicos, de que o Sr. Deputado não faz parte, o CDS-PP tem feito um trabalho muito importante, muito próximo, no acompanhamento das questões da regulação.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Sr. as Deputadas, Srs. Deputados: A forma como o Ministério da Educação reagiu à maior greve de professores de que há memória no País é elucidativa sobre o total isolamento e alheamento da realidade que se vive nas escolas — é mais um sinal do alheamento deste Ministério da Educação! Todos os portugueses, ou porque viram as notícias, ou porque os seus filhos não tiveram aulas, perceberam que as salas de aula estão hoje vazias, menos o Ministério da Educação.
Com centenas de escolas sem uma única aula a funcionar, e todas as outras perto disso, os Srs.
Secretários de Estado jogam com as palavrinhas e dizem que, afinal, as escolas, estão abertas. Mais de 90% de professores em greve e os Srs. Secretários de Estado jogam com as palavras e dizem que as escolas estão abertas. Uma escola sem alunos, provavelmente sem professores, seria talvez esse o desejo do Sr.
Secretário de Estado» Tem sido esta, de resto, a linha seguida pelo Governo desde o primeiro dia, como fez noutras áreas.
Com a desinformação da propaganda, que tenta criar a ilusão de uma classe privilegiada, o Governo tenta colocar a população contra os professores: «Perdi os professores, mas ganhei o País», dizia a Sr.ª Ministra da Educação em todas as entrevistas. Mas se é certo que perdeu, neste momento, a confiança do País, a julgar pelas sondagens disponíveis, «salta» aos olhos de todos que perdeu as escolas e os seus profissionais. A Sr.ª Ministra perdeu as escolas e perdeu os seus profissionais!
Aplausos do BE.
O problema é que, como o Governo devia ser o primeiro a saber, não é possível combater o abandono e o insucesso sem a mobilização efectivas dos professores. Não é possível modernizar os métodos de ensino sem a motivação dos professores. Não é possível construir uma escola pública de qualidade sem o apoio dos professores.