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9 | I Série - Número: 028 | 19 de Dezembro de 2008

Cristo, de Tomar, ia ser vendida aos japoneses. Ele acreditou e fez um requerimento. Obviamente, foi motivo de chacota pública.
Sr. Deputado, creio que a realidade começa a aproximar-se perigosamente da ficção. Aquilo que há uns anos atrás foi quase unanimemente considerado motivo de chacota, começa hoje a preocupar-nos muito seriamente. Não propriamente a janela da Sala do Capítulo do Convento de Cristo, que é difícil de levar dali, mas os exemplos que aqui nos trouxe, relativamente aos quais é muito preocupante que possam vir a tornarse realidade. E eles, efectivamente, são possíveis, nos termos do projecto legislativo governamental que por aí circula.
Por isso, em nome da bancada do PCP, quero associar-me à preocupação que aqui expressou pela possibilidade de monumentos nacionais, monumentos importantíssimos para a nossa História, para a nossa memória colectiva, poderem vir a ser entregues à exploração de entidades privadas e sujeitos a uma lógica comercial que nada tem a ver, rigorosamente, com a necessidade de preservação desse riquíssimo património.
Portanto, Sr. Deputado, estranhando até sermos nós os únicos a formular um pedido de esclarecimento perante uma questão que devia preocupar a generalidade das bancadas desta Càmara,»

O Sr. Luís Fazenda (BE): — É verdade!

O Sr. António Filipe (PCP): — » não quero deixar de associar a bancada do PCP á preocupação que aqui expressou com a preservação do nosso património histórico e dos nossos monumentos nacionais.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Fernando Rosas, responde individualmente a cada pedido de esclarecimento?

O Sr. Fernando Rosas (BE): — Havendo mais, Sr. Presidente, respondo individualmente.

O Sr. Presidente: — Então, como só há um pedido de esclarecimento, tem a palavra, Sr. Deputado Fernando Rosas.

Risos do BE.

O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Filipe, começo por lamentar, sinceramente, que o Partido Socialista não tenha contribuído, neste debate, com um mínimo de esclarecimento que pudesse sossegar a angústia das nossas consciências.

Protestos do PS.

Ou a consciência lhes pesa muito ou não sabem o que hão-de dizer, mas, em qualquer dos casos, adensase a nossa preocupação com o facto de o Partido Socialista nada ter a dizer sobre este assunto.
Sr. Deputado António Filipe, antes de mais, agradeço o seu pedido de esclarecimento. A janela da Sala do Capítulo do Convento de Tomar, ao abrigo do projecto legislativo do Ministro da Cultura, não pode ser vendida, mas pode ser alugada. E, provavelmente, é uma sugestão a fazer: alugar a janela ao Ministro da Cultura, para que possa lá ficar a espreitar a «obra» em que vai precipitar os monumentos nacionais.
Quero, aliás, salientar o seguinte, Sr. Deputado: isto não é tão distante e tão absurdo como parece, porque o Cristo Rei, neste Natal, aparece com uma grande saia azul da Samsung.

Vozes do BE: — Exactamente!

O Sr. Fernando Rosas (BE): — Ao abrigo da tal proposta de lei, qualquer agente comercial pode fazer uma manobra comercial do género na Torre de Belém ou no Mosteiro dos Jerónimos, colocando lá a sua