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14 | I Série - Número: 028 | 19 de Dezembro de 2008

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente Sr.ª Deputada Maria José Gambôa, há um ponto relativamente ao qual, infelizmente, não posso estar de acordo consigo. Não é por não gostar do seu discurso, mas porque a frieza dos números do Instituto Nacional de Estatística desmente-a.
Sr.ª Deputada, vou dar-lhe conta da evolução da taxa de risco de pobreza em Portugal: de 2003 para 2004, com convergência das pensões, a pobreza caiu; de 2004 para 2005, com convergência das pensões mínimas nacionais ao salário mínimo, a pobreza caiu; de 2005 para 2006, que foram anos da responsabilidade do Partido Socialista, sem convergência de pensões, com complemento solidário de idosos, não desceu, manteve. Portanto, a Sr.ª Deputada pode, de uma forma muito enérgica, dizer que baixou, mas, infelizmente, os números desmentem-na — não sou eu que a desminto, é o Instituto Nacional de Estatística.
Sr.ª Deputada, não me custa falar do futuro; falarei do futuro com a Sr.ª Deputada as vezes que quiser.
Mas, ontem, nesta Câmara, quando o Presidente do meu partido, Dr. Paulo Portas, perguntou ao Sr. PrimeiroMinistro se ele estaria ou não disposto a ajudar à construção de cozinhas económicas, essenciais para matar a fome de muitos milhares de portugueses, essenciais para ajudar muitos milhares de portugueses a chegarem ao fim do dia um pouco melhor, o Sr. Primeiro-Ministro de Portugal riu-se!

O Sr. José Junqueiro (PS): — Não se riu, não!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Isso é que me custa, Sr.ª Deputada! Isso é que considero inaceitável e de uma má consciência social.

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Nós não somos partidários da caridade!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, ser um partido popular é pôr no centro das preocupações quem mais sofre. E quem mais sofre não são as novas gerações, que daqui a muitos anos terão certamente uma melhor vida, mas sim quem, hoje, em Portugal, tem mais dificuldades, quem, hoje, em Portugal, está a ser excluído, quem, hoje, em Portugal, muitas vezes chega ao final do dia fazendo só uma refeição. É para esses que, hoje, os nossos olhos e a nossa acção se devem dirigir. E esses recebem da boca do Sr. Primeiro-Ministro não palavras nem actos, mas sorrisos, o que não aceito, como espero que a Sr.ª Deputada também não aceite.

O Sr. Presidente: — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, cumprimento-o pela sua intervenção e começo por referir que o PSD sente e pensa que, ontem, o Sr. Primeiro-Ministro não tinha tanta razão assim para se ufanar com os números da taxa de risco de pobreza, porque, bem vistas as coisas, entre 2005 e 2006, a taxa de risco de pobreza não baixou, estagnou, parou! Por outro lado, o Sr. Deputado, na sua intervenção, que ouvimos com muita atenção, fez uma correlação entre a taxa de pobreza e as transferências sociais, concretamente pensões.
Percebemos que a taxa de risco de pobreza, em Portugal, antes das transferências sociais, é de 40% e, depois das transferências sociais, fica em 18%, contribuindo as pensões em 16% para esta redução da taxa de pobreza.
Por isso, sabendo que este Governo mexeu no cálculo das pensões em 2006 e 2007, faço uma pergunta ao Sr. Deputado um pouco numa lógica de desafio.
Sabendo que, em 2008, as pensões vão crescer largamente abaixo da inflação, pergunto o que é que poderemos esperar, em 2008, em termos de redução da taxa de pobreza.