41 | I Série - Número: 058 | 19 de Março de 2009
A Sr.ª Helena Terra (PS): — É natural!
O Sr. Alberto Martins (PS): — «Chamamos a atenção para algumas questões e quase ninguém nos ouve!». Primeiro dizem: «Ninguém nos ouve», depois dizem: «Quase ninguém nos ouve» e, depois, é o Governo que não a ouve! Sr. Deputado Paulo Rangel, ninguém vos ouve nas coisas essenciais, é certo! Como é que se pode ouvir alguém que defende uma política de «braços caídos»?! Como é que se pode ouvir alguém que diz que as grandes obras públicas ajudam ao desemprego de Cabo Verde, da Ucrània e de Portugal?! Duvido»!
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Como é que se pode ouvir alguém que defende a interrupção da democracia por seis meses?!
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Trocaram de papel! Esse não é o discurso de há 15 dias?!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Como é que se pode ouvir alguém que considera que o aumento do salário mínimo é uma irresponsabilidade?!
Protestos do Deputado do PSD Paulo Rangel.
Oiça, Sr. Deputado.
Como é que se pode ouvir alguém que diz que o objectivo da família é a procriação?!
O Sr. José Junqueiro (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Como é que se pode ouvir alguém que diz que não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite?!
Risos do PS.
Srs. Deputados, não se pode ouvir isto!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Alberto Martins (PS): — Em nome da democracia, em nome da cultura democrática, não se pode ouvir isto!
Aplausos do PS.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, a questão que lhe queria colocar, neste momento, tem a ver com a linha de aprofundamento do Estado social, a qual, no quadro da crise em que vivemos, tem a ver com a intervenção no âmbito da regulação e supervisão do sistema financeiro, com o quadro europeu e com as políticas europeias que é preciso tomar no âmbito da regulação e da intervenção supervisionaria, com o âmbito das políticas económicas que os diversos países estão a adoptar. Mas tem, seguramente, também a ver com o aprofundamento das políticas de solidariedade, das políticas de segurança social e com uma previsibilidade — que é possível, eventualmente, o Governo ter — para termos uma «luz ao fundo do túnel» que nos possa indicar um caminho, que tem a ver com a evolução positiva das despesas, da solidariedade e do apoio às famílias.