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7 | I Série - Número: 099 | 3 de Julho de 2009

profissional da actividade de optometria e crie condições para a integração da optometria nos Serviço Nacional de Saúde (Deputado não inscrito José Paulo Carvalho), que baixou às 10.ª e 11.ª Comissões.
É tudo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, da nossa ordem do dia de hoje consta o debate sobre o estado da Nação, que tem a sua configuração regimental e que, aliás, repetirá o figurino anterior.
Em primeiro lugar, na fase de abertura, usará da palavra o Sr. Primeiro-Ministro, à qual se seguirá um período de perguntas de 5 minutos por cada grupo parlamentar e das respostas do Sr. Primeiro-Ministro por igual período de tempo. Depois, terá lugar um período de intervenções e, por fim, a intervenção de encerramento, também por parte do Governo.
A abrir o debate, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro (José Sócrates): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Parlamento debate hoje o estado da Nação numa altura em que o mundo vive a maior crise económica desde a II Guerra Mundial.
O facto é que todas as principais economias do mundo estão hoje em recessão. E, para se ter uma ideia da dimensão e da gravidade desta crise, basta referir que o primeiro ano desta recessão foi pior do que o ano negro de 1929, o primeiro ano da Grande Depressão. Pior em termos de queda bolsista, pior no recuo da produção de bens e pior também na quebra do comércio mundial.
Nestas condições, não pode haver um debate sério sobre o estado da Nação que não parta do reconhecimento da difícil situação em que se encontra a economia mundial, com reflexos absolutamente inevitáveis em todos os continentes e em todos os países.
E a primeira coisa que há a fazer, para falar realmente verdade aos portugueses, é pôr de lado a demagogia. Desde logo, a demagogia de procurar diminuir a gravidade da crise internacional e dos seus efeitos em Portugal, apenas para insinuar, falsamente, que a razão da crise actual é interna e que a culpa é do Governo.
Chegou-se, aliás, no início desta crise, ao ponto de sustentar que a responsabilidade da crise internacional cabia por inteiro ao Governo português, como se fosse plausível que a culpa do Governo português tivesse como consequência que os Estados Unidos, o Japão, a Rússia e a Europa mergulhassem na recessão que hoje vivem.
Agora, ouvimos até dizer que a crise mundial não passa — imagine-se! — de «um abalozinho de terras».
Repito: «um abalozinho de terras»! Como se o facto de todas as economias desenvolvidas estarem em recessão profunda ao mesmo tempo fosse apenas um incidente de percurso, que pudesse ser ultrapassado por um qualquer piquete de bombeiros!..

Aplausos do PS.

Srs. Deputados: Esta não é uma atitude séria e não é uma atitude própria de quem possa merecer credibilidade.
Em primeiro lugar, revela todo o oportunismo político dos seus autores, que olham para a crise não como um problema real, que todos temos de enfrentar, mas apenas como mais um pretexto para a oposição ao Governo.
Em segundo lugar, mostra total falta de seriedade política. Dizer que a crise mundial é um «abalozinho de terras» será tudo o que se quiser, mas uma coisa não é de certeza: não é falar verdade aos portugueses!

Aplausos do PS.

Em terceiro lugar, e sobretudo, prova também que quem o diz não está à altura dos tempos difíceis que atravessamos, porque pretender que a crise mundial é uma ninharia é não compreender a natureza e a gravidade desta crise. E quem não compreende esta crise não está em condições de lhe dar resposta!

Vozes do PS: — Muito bem!