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51 | I Série - Número: 105 | 24 de Julho de 2009

Tenho profunda ligação a Coimbra. Fiz questão de celebrar aí o meu casamento, em 1983, com o também lisboeta Prof. Dr. António de Sousa Franco, e só deixei de viver e trabalhar nessa cidade devido ao casamento.
Em 1982, fui tornada estudante honorária de Coimbra, a única pessoa a ter essa prerrogativa, como ainda há semanas foi recordado, aquando da Queima das Fitas. A «Lusa Atenas» sempre fez parte do meu percurso.
Um dos momentos mais impressivos que guardo da campanha eleitoral foi o do entusiasmo suscitado pelo meu discurso sobre o amor, em sentido amplo, e como este pode transformar o mundo, de acordo com o que sempre defendi.
Outro objectivo que, naturalmente, me norteia é a valorização nacional e internacional de Coimbra.
O PS, no difícil distrito de Coimbra, obteve, nas legislativas de 2005, 45,43% — a terceira melhor votação desde o 25 de Abril —, superando, em 13,5%, o PSD, e foram os dois únicos partidos com Deputados.
Quanto à valorização do distrito, sobretudo a nível internacional, ando nesta luta desde há quase três décadas.
Em 17 de Março de 1982, fiz oficialmente o pedido para a inscrição do Centro Histórico de Coimbra na lista do Património Mundial da Unesco, o que, em 7 de Junho desse ano, obteve parecer favorável do Secretário de Estado da Cultura Lucas Pires. Teria sido a primeira e bem merecida classificação mundial em Portugal e terse-ia, entretanto, melhorado imensamente toda a região.
De 1980 a 1984, fui directora do Museu Nacional de Machado de Castro, nessa cidade, e descrevi, na publicação Programa Coimbra Antiga e a Vivificação dos Centros Históricos, promovido pelo Museu Nacional de Machado de Castro, em 1981/1983, um vasto conjunto de iniciativas pioneiras, entre as quais esse pedido de classificação.
Com base no parecer do técnico da Unesco, Prof. Arquitecto Donald Insali, que consegui levar, então, a Coimbra, a minha ideia era considerar, no Centro Histórico, a «Alta», a «Baixa» e a «Baixinha», os principais monumentos da outra margem do Mondego e outros monumentos dispersos.
Durante estes quase 28 anos, sempre tenho acompanhado o processo de classificação e, evidentemente, insisti nele na campanha eleitoral e ao longo da Legislatura. Mas, desde há anos, não poderá ser um projecto tão abrangente, devido a ocorrências diversas.
O pedido de classificação restringiu-se, agora, apenas à Universidade, o que retira mais de 1000 anos de História e dezenas de monumentos, diminuindo imenso a importância de Coimbra, com o que discordo.
Em 2008, escrevi, no parecer para a aprovação da Convenção-Quadro do Conselho da Europa relativa ao Património Cultural para a Sociedade, que «a filosofia geral desta Convenção (») está completamente de acordo com o que venho defendendo e praticando há décadas (»)», como se pode confrontar quanto a Coimbra mas ainda antes e depois.
No parecer para a aprovação da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, da Unesco, avancei logo com os pedidos de classificação de alguns bens, em que privilegiei o meu distrito, tendo sido aprovados, por unanimidade, não só em comissão mas também no Plenário: o fado de Coimbra (e também o fado de Lisboa) e as Festas do Espírito Santo (identitárias de comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e realizadas também no distrito de Coimbra). Acrescentei, depois, o pedido de igual classificação para a história/lenda de Inês de Castro.
Aqui estão quatro mais-valias de alcance mundial para Coimbra, as quais podem inclusivamente atrair abundante turismo.
Noutro parecer, que fiz também, para a Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, sugeri a colocação na Estónia, em Tallin, de uma escultura de Dona Berengária, filha de D. Sancho I, que, quando rainha da Dinamarca, contribuiu, cavalgando ao lado do marido, na fundação dessa capital. O Embaixador da Estónia e outras entidades ficaram entusiasmados com esta proposta.
A economia da cultura é mais rentável do que, por exemplo, o imobiliário. Para o meu distrito, apresento mais sugestões, como roteiros de criptopórticos romanos, centros moçárabes, primeiras «capitais» de países europeus, universidades medievais, etc.
Já na campanha eleitoral e há cerca de dois anos, numa conferência na Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC), defendi as pequenas e médias empresas e a revitalização de multisseculares tradições regionais, como a cerâmica, a escultura, os artefactos em metal, os trabalhos ligados à recuperação do património cultural.
Procurei diversas formas de destacar Coimbra na Europa e no mundo, desenvolvendo economicamente a região.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Refiro agora aspectos mais genéricos do meu trabalho enquanto Deputada, pois gostava que houvesse melhor democracia.
Considero essencial que haja maior aproximação dos Deputados aos eleitores, que a qualidade do processo legislativo melhore, que os Deputados tenham mais autonomia e que os independentes o possam ser facilmente.
Para minha completa surpresa, quando cheguei à Assembleia da República, foi-me de imediato imposta a disciplina de voto em tudo e, ainda por cima, inesperadamente, começaram a surgir uma série de diplomas