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48 | I Série - Número: 105 | 24 de Julho de 2009

sempre teve para com todos os Deputados, muito especialmente para com a bancada do CDS, nas várias funções em que esteve, nomeadamente as de Vice-Presidente da Assembleia.
Quero elogiar, também, a coerência e a vivacidade que sempre imprimiu na defesa de todas as causas, mesmo que, muitas vezes, pudéssemos estar em campos distintos. Sempre imprimiu essa coragem e, acima de tudo, essa voz às causas que defendeu, mesmo estando nós do outro lado da barricada.
Não quero deixar de relembrar igualmente o enorme respeito intelectual que temos por V. Ex.ª, agradecendo-lhe a menção que fez a alguém que é, para nós, uma das grandes referências, o Engenheiro e Deputado Adelino Amaro da Costa.
Obviamente, não queria deixar de fazer uma referência breve à sua enorme obra literária e desejar-lhe, também, boa sorte. Como homem de causas que é, V. Ex.ª não deixará de defender as causas em que acredita e, certamente, ainda nos encontraremos em combate, muitas vezes frente-a-frente, ou até, quem sabe, um ao lado do outro, nalgumas causas de unidade nacional.
Queria desejar-lhe boa sorte para os trabalhos e para as causas que sempre defenderá.

Aplausos do CDS-PP, PS, do PSD e do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Rosas.

O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente, esta bancada junta-se à saudação ao Deputado Manuel Alegre, na altura da sua saída da Assembleia da República.
Manuel Alegre foi um destacado resistente, e preso político por causa disso, na sua luta contra a ditadura.
Manuel Alegre foi a voz da rádio Voz da Liberdade, em Argel, no combate ao fascismo e à guerra colonial. E foi o poeta, o poeta de tantas lutas e esperanças do povo português, antes e depois do 25 de Abril.
Manuel Alegre foi Deputado à Assembleia Constituinte, tendo votado contra todas as revisões que diminuíram a Constituição que ele votou em 1976, e foi Deputado de todas as legislaturas desde esse ano.
Homem do Partido Socialista, foi sempre, como Deputado e como cidadão, um defensor das causas genéticas do socialismo. Por isso nos habituámos a respeitá-lo na sua defesa contra a violação das promessas eleitorais que eram feitas, na sua defesa pela dignidade dos direitos do trabalho, como ainda recentemente, aquando do debate da revisão do Código do Trabalho, na sua defesa pela transparência contra a corrupção e o compadrio, como ainda recentemente, com o sigilo bancário, na sua defesa dos mais fracos, como aconteceu com a reforma da segurança social e contra as políticas neoliberais, na sua defesa dos serviços públicos e, desde logo, da escola pública, como recentemente aconteceu na luta dos professores, na sua defesa de uma estratégia de pontes e de diálogos entre toda a esquerda, na sua defesa pelo direito às suas concepções cuja coerência, afinal, o levou à decisão de hoje.
Tudo, afinal, o que permite articular e construir o objectivo de uma esquerda grande e alternativa, diversa mas solidária, tão urgente, tão necessária e que deixou de ser um sonho longínquo ou inalcançável.
Por isso, Manuel Alegre, nesta bancada, não nos despedimos. Também nós, sempre atentos às lições do passado, saudades, verdadeiramente, só temos do futuro!

Aplausos do BE e de Deputados do PS e do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Alegre, a primeira coisa que quero fazer é, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, manifestar uma saudação muitíssimo forte ao Sr. Deputado que faz hoje, na Assembleia da República, a sua última intervenção.
Penso que 34 anos de dedicação à causa pública dizem muito sobre uma pessoa — 34 anos é uma vida! As pessoas que entraram na Assembleia da República quando eu entrei (o Sr. Deputado Manuel Alegre já cá estava há muitos anos) e as pessoas que entraram na Assembleia da República depois de eu ter entrado (o Sr. Deputado Manuel Alegre ainda estava cá há mais anos), traziam — ou trazíamos — lá de fora algumas referências da vida política muitíssimo marcantes. E, quando aqui chegamos, essas pessoas tornam-se quase temíveis para nós, porque o respeito é de tal ordem que as tememos na intervenção política. Ponho nesse «bolo» o Sr. Deputado Manuel Alegre, porque foi isso que senti e foi isso que continuei a sentir durante muitos anos.
Depois, habituei-me a respeitar profundamente a sua determinação e a sua frontalidade. Todos nós vamos aprendendo, uns com os outros, mas quero destacar estas duas qualidades brilhantes do Sr. Deputado Manuel Alegre: a sua determinação e a sua frontalidade.
Estamos aqui, no fundo, perante uma referência valiosíssima da democracia portuguesa, da cultura portuguesa, da política portuguesa.
O que quero desejar, em meu nome e em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, é uma boa continuação na intervenção política.
Penso que é isso que todos nós desejamos.