12 DE FEVEREIRO DE 2010 9
É o caso do carro eléctrico (a iniciativa nacional de mobilidade eléctrica — Mobi.E), onde Portugal será o
primeiro país a ter uma rede nacional de carregamento de carros eléctricos. Em 2011, a Mobi.E será a
primeira rede nacional de carregamento eléctrico a nível mundial, com cerca de 1300 pontos de carregamento
nas principais cidades e eixos viários nacionais. É algo que deve ser bem sublinhado neste debate!
Se é verdade que Portugal já está nos países que mais apostaram na eólica (somos, efectivamente, o nono
país do mundo ao nível de capacidade eólica instalada), também é de sublinhar que Portugal está na linha da
frente na inovação da substituição de transportes baseados na economia do carbono por transportes
sustentáveis, quer do ponto de vista económico quer ambiental. E esse é um exemplo que é seguido noutros
países, ao nível mundial, assumindo Portugal uma posição liderante.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Muito bem!
O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Face à característica inovadora e de pioneirismo da iniciativa
Mobi.E, o Governo Português foi convidado, ainda anteontem, na conferência informal dos ministros da
economia, a apresentar a todos os governos europeus a estratégia que Portugal está a adoptar na mobilidade
eléctrica como benchmark europeu.
Aqui, convém referir que, a iniciativa Mobi.E tem a particularidade de colocar Portugal em todos os passos
do processo da energia, ou seja, desde a produção de energia através de fontes renováveis, passando pela
rede de carregamento nacional, até ao veículo eléctrico de base nacional, envolvendo já um conjunto de
empresas nacionais, centros de excelência nacionais e autarquias.
Aplausos do PS.
Sublinho a ideia: Portugal, mantendo-se este caminho, será o primeiro país do mundo que, sem produzir
petróleo ou gás natural, terá uma rede de transportes que poderá usar na totalidade energia nacional. as
Isto é assinalável do ponto de vista quer da economia, quer da inovação, quer do ambiente, Sr. e Srs.
Deputados!
Aplausos do PS.
Mais: do ponto de vista económico, este dado é tão relevante quando todos sabemos que cerca de metade
da dívida portuguesa resulta da importação de energia ao exterior. Mas também não deixa de ser relevante
falarmos, sobre esta questão, sobre a necessidade de Portugal, cada vez mais, desenvolver e reforçar
mecanismos que lhe garantam a segurança no abastecimento, e as energias renováveis, sendo endógenas,
são isso mesmo: garantia de segurança!
Também na eficiência energética, porque numa sociedade onde se estima que metade da energia
consumida é desperdiçada, é necessário prosseguir o caminho que se seguiu à aprovação, em 2008, do
primeiro Plano Nacional para a Eficiência Energética, pelo que vemos como muito positivas as medidas deste
Orçamento do Estado que contemplam as deduções aos equipamentos e obras que contribuam para a
melhoria das condições de comportamento térmico de edifícios, de que serão exemplo a instalação de vidros
duplos em habitações, ou o isolamento de telhados, ou o programa de Melhoria da Eficiência Energética nos
Edifícios Públicos.
Sr. Presidente, o investimento, o emprego e o desenvolvimento regional são mais do que palavras-chave
da política de energia no nosso país; são verdadeiros exemplos do que um sector pode fazer ao defrontar uma
dificuldade, transformando-a numa oportunidade.
É esse o espírito que queremos para Portugal!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: —Para pedir esclarecimentos ao orador, inscreveram-se dois Srs. Deputados.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.