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10 I SÉRIE — NÚMERO 32

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches, nas palavras que

disse sobre a política energética para o País, esqueceu-se de referir uma opção muito importante que o

Partido Socialista tem vertida nas Grandes Opções do Plano: a opção que diz respeito à liberalização do

mercado da electricidade e do gás.

Percebemos bem qual é o caminho que Governo traçou e percebemos mal por que razão o Partido

Socialista vai atrás, uma vez que as promessas eleitorais são diferentes da prática a que agora assistimos da

parte do Governo.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Se agora os portugueses pagam porque há a defesa dos accionistas

da EDP, depois pagarão porque não há quem os defenda no mercado liberalizado!

Vozes do BE: —Exactamente!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Se agora o aumento dos preços é de 2,9%, muito acima da média

europeia — continuamos a ser aqueles que mais pagamos na Europa —, depois será o sacrossanto mercado

para o PS, com o tímido regulador a nada fazer, a assobiar para o lado, como sempre temos vindo a assistir,

que vai tornar os portugueses reféns dos lucros das grandes empresas da energia, o que até poderá pôr em

causa toda a política energética no âmbito das renováveis.

Deixo-lhe duas perguntas concretas que vertem o resultado desta liberalização do mercado e da visão

mercantilista que o PS tem sobre a energia.

Primeira pergunta: o que está feito do investimento nas eólicas previsto nos últimos leilões? Sim, porque a

opção dos leilões na energia eólica coloca em causa essa visão estratégica que o PS diz ter. O que está feito?

Onde existe?

Segunda pergunta: o que está feito ao nível da biomassa? Vai pelo mesmo caminho… A política energética

dita sustentável fica refém dos interesses dos leilões, fica refém dos interesses do mercado, tal como os

bolsos dos portugueses com esta política do Partido Socialista ficam reféns dos interesses do capital, em vez

dos interesses que se prendem com o desenvolvimento do País.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches.

O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, cumprimento-o e

agradeço a questão que colocou, mas gostava de dizer-lhe que nesta matéria, como, aliás, noutras, o Bloco de

Esquerda insiste sempre em apontar todo o tipo de problemas, existindo eles ou não, sem nunca apontar

soluções concretas. Aliás, a única questão que incomoda o Bloco de Esquerda é, precisamente, o facto de

haver empresas portuguesas que têm lucros.

Nós não nos incomodamos com isso.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Isso é fugir às perguntas!

O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — O que queremos é ter um sector competitivo e, ao tê-lo, com

certeza teremos melhores resultados na questão da energia.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — E as facturas?

O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Sr. Deputado, penso que o Bloco de Esquerda não está contra a

energia renovável, mas quem tenha ouvido a sua intervenção perceberá que existirão algumas dúvidas, e não

me parece que seja essa a postura correcta quanto a esta questão.