12 DE FEVEREIRO DE 2010 97
O Sr. José Miguel Medeiros (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra só para saber se esta observação e
este esclarecimento dado pelo Sr. Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades
Portuguesas é aceite pela Mesa e se passa a ser esta a epígrafe do diploma, o que nos permitiria votar de
acordo com as regras habituais nestas matérias.
O Sr. Presidente: —Srs. Deputados, ouvidos os Srs. Deputados e o Sr. Presidente da Comissão de
Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, devo informar que a resolução está redigida em função
do que é solicitado pelo Sr. Presidente da República. Não pode haver modificação em relação ao que é
solicitado pelo Sr. Presidente da República, que é o pedido de autorização para se deslocar à Catalunha para
a cerimónia inaugural do Fórum Ibérico e a Andorra para contactos com a comunidade portuguesa.
Mas devo dizer-vos que o que se deduz da interpretação dada pelo Sr. Deputado Ribeiro e Castro,
Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, é perfeitamente curial. O Sr.
Presidente da República não efectua uma visita de Estado ao Reino de Espanha, desloca-se a um evento, que
decorre, obviamente, em Espanha, na Catalunha e no local onde terá lugar, e também não realiza uma visita
oficial a Andorra mas, sim, uma deslocação para contactos com a comunidade portuguesa.
Portanto, nada disto está em causa, o que é óbvio, nas relações de Portugal com o Reino de Espanha e
nas relações de Portugal com Andorra.
O Sr. José Lello (PS): — Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: —Sr. Deputado José Lello, também quer interpelar a Mesa?
O Sr. José Lello (PS): — Sr. Presidente, quero fazer apenas uma pergunta singela: V. Ex.ª pensa que as
autoridades de Espanha terão o mesmo entendimento que tem o Presidente da Comissão de Negócios
Estrangeiros e Comunidades Portuguesas? Essa é a nossa dúvida.
O Sr. Presidente: —Sr. Deputado, não vamos prosseguir nesta elucidação.
Está claro que o poder da Assembleia da República é o de autorizar deslocações do Presidente da
República ao estrangeiro, e esse poder está exercido. O pedido é o que é formulado, mas, obviamente, no
pressuposto da votação aqui realizada e também, seguramente, no pressuposto de quem nos pede
autorização para se deslocar ao estrangeiro. De outra maneira, não poderia ser.
Tem a palavra o Sr. Deputado Ribeiro e Castro.
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Sr. Presidente, é só para informar a Câmara que o
entendimento não é meu. Foi o entendimento unânime ou por consenso, como quisermos estabelecer, da
Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: —Tem a palavra o Sr. Deputado.
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Sr. Presidente, é para lamentar este incidente de todo desnecessário.
O Sr. Presidente da República teve o cuidado de informar a Câmara exactamente do tipo de deslocação e
da localização dos sítios onde vai. É esta a forma de o fazer.
É óbvio que, ao dar estas indicações, sendo em ambos os casos países estrangeiros, é esta a autorização
que o Parlamento dará.
O Sr. Presidente da República não podia ter pedido apenas autorização para fazer uma deslocação a
Espanha, tinha de dizer, conforme vem referido, exactamente aquilo que vai fazer. Não se trata de uma visita
oficial, de Estado, a Espanha.
Portanto, estamos a criar um incidente desagradável para o Sr. Presidente da República e para as nossas
relações com Espanha.