8 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011
O PS tem afirmado repetidamente que o caminho que temos de percorrer para vencer a crise é estreito e difícil, mas o PS também não tem desistido de criar todas as condições para percorrer esse mesmo caminho com sucesso.
Se é verdade que a crise internacional nos impôs a necessidade de adoptar medidas duras e naturalmente impopulares; se é verdade que todos os portugueses são afectados pela dureza dessas mesmas medidas; e se é verdade que esta crise internacional nos obriga ao nosso melhor esforço colectivo para a ultrapassarmos, estes resultados da execução orçamental relativamente a 2010 são a prova de três pontos essenciais: primeiro, que o esforço de todos os portugueses no combate à crise está a ter resultados positivos; segundo, que a estratégia que o Governo adoptou no combate à crise está a ter resultados positivos; e, terceiro, que com estes resultados o nosso país reforça os sinais de que sozinho, e no que depende de si, Portugal é capaz de ultrapassar as dificuldades.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Ao mesmo tempo que conhecemos os primeiros resultados da execução orçamental de 2010, foram também divulgadas as projecções do Banco de Portugal para a economia portuguesa.
Que fique claro: o PS toma devida nota e estuda com toda a atenção as projecções do Banco de Portugal.
Mas, ao contrário de muitos responsáveis políticos e analistas, o PS não confunde projecções com resultados, como não confunde previsões com uma qualquer realidade inelutável! Aliás, os resultados da nossa economia em 2010 aconselham-nos a olharmos para quaisquer projecções com cautela.
É impossível avaliarmos com rigor e seriedade as projecções do Banco de Portugal para 2011, sem compararmos os dados que já conhecemos do comportamento da nossa economia em 2010, com as projecções e sucessivas revisões que o Banco de Portugal estabeleceu também para 2010.
No Boletim Económico de Inverno de 2009, o Banco de Portugal previu para 2010 um crescimento económico de 0,7%. O Governo previu no Orçamento do Estado para 2010 um crescimento económico de 0,7%. Esta semana ficámos a saber que o crescimento económico em 2010 vai ser, como já referi, mais do dobro do previsto.
Recordo aqui como vários partidos, em especial o PSD e o CDS, acusaram o Governo de irrealista, na perspectiva de crescimento para 2010, tal como também era irrealista o Governo, na perspectiva de crescimento das exportações. «Impossível!» — diziam o PSD e o CDS, no debate do Orçamento do Estado para 2010! «Lá está o Governo no seu optimismo autista!» — acusavam vários Deputados de direita! Pois bem, Sr.as e Srs. Deputados, a realidade e o esforço de todos os portugueses superaram todas as expectativas.
Aplausos do PS.
Mesmo as do Governo! Vejam só!» Claro que continuamos a ter muito trabalho pela frente, claro que as dificuldades não estão todas ultrapassadas, claro que 2011 continuará a ser um ano difícil! Mas exactamente porque o PS reconhece as dificuldades e o que estas estão a custar a todos, o PS não pode, o PS não deve deixar de reconhecer e de valorizar todos os resultados positivos que vamos alcançando, resultados que nos indicam que o que estamos a fazer está a resultar, que o caminho definido vai no sentido certo, que a esperança e a confiança não são palavras vãs ou de circunstância, na conjuntura que enfrentamos! Mas, ainda a propósito de projecções, tenho de recordar que, desde 2005, e tirando os anos atípicos de 2008 e 2009, o crescimento económico verificado superou sempre as projecções.
Assim, para o PS, o Governo não só tem credibilidade nos objectivos que tem definido, e define, como assume no Orçamento do Estado para 2010, e em linha com as projecções dos vários organismos nacionais e internacionais, que em 2011 vai haver uma quebra no crescimento económico.