52 | I Série - Número: 046 | 3 de Fevereiro de 2011
É verdade que, no caso da economia social, isso tem sido uma marca indesmentível e que o Partido Socialista não sabe aproveitar todo o potencial que dimana desse sector.
Ora, nós estamos muito disponíveis para fazer esta discussão. Temos um projecto de lei de bases da economia social, que vamos apresentar e debater no Parlamento muito brevemente, e não vamos fazê-lo numa perspectiva de aproveitar as sinergias que saem das instituições de que falou a propósito da assistência social ou numa perspectiva caritativa.
As instituições da economia social e do sector da economia social são, para nós, um motor do crescimento económico. É esta filosofia, esta arquitectura que vamos apresentar na nossa lei de bases que queremos discutir com os restantes partidos e também com o Governo, para que, da sua actividade, possa resultar mais oportunidade para o crescimento económico e, através dele, mais justiça social e mais criação de emprego.
Hoje, estamos confrontados — e com isto termino — com esta passividade do Partido Socialista, que cria ou agudiza os problemas mas não tem disponibilidade, bem pelo contrário, para encontrar soluções inovadoras e para aproveitar aquilo que dimana da própria sociedade e da própria capacidade que os cidadãos têm para a nossa organização social.
O Partido Socialista, de facto, faz o mal e, cada vez mais, não está em condições de poder ser protagonista de uma nova esperança para o País, e isso também se vai reflectir, seguramente, na discussão que vamos travar sobre esta matéria.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, gostava também de saudar o PSD pelas suas Jornadas Parlamentares, embora lamente que não possa saudar aquilo que nos foi hoje apresentado como sendo as principais conclusões dessas mesmas Jornadas.
O Sr. Deputado começou por referir a necessidade de respostas corajosas e responsáveis, apresentadas com base no rigor e na clareza. A minha primeira pergunta é esta: onde é que estão essas mesmas propostas vindas do PSD?! E, Sr. Deputado, não se refugie no ataque à ideologia para disfarçar a constante trapalhada»
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Trapalhada?!
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — » das ideias que o PSD tenta apresentar.
Aplausos do PS.
Aliás, Sr. Deputado, se tivéssemos de fazer um gráfico sobre o comportamento a que esta liderança do PSD tem habituado o País desde que exerce funções, esse gráfico daria uma curva de altos e baixos, que significam a inconstância e a precipitação da tentativa do PSD de apresentar ideias. Existem picos altos, em que tenta apresentar ideias, que correm mal, picos baixos de silêncio, para ver se as pessoas esquecem, novo pico alto, em que apresenta ideias, que novamente correm mal, e novo pico baixo de silêncio. Estas Jornadas Parlamentares voltam a repetir esta curva, e isto parece ser um fado trágico desta liderança do PSD.
O Sr. Deputado conseguiu falar da situação do País, dizendo uma série de generalidades — perdoe-me que lhe diga — , porque ignora a situação que o País vive e enfrenta.
Protestos do PSD.
O Sr. Deputado e o PSD assumem que aquilo que vivemos é, única e exclusivamente, da responsabilidade do actual Governo. Sr. Deputado, olhe à sua volta, veja o mundo, veja a Europa! Quanto muito, em vez de ter a visão mesquinha (como disse o líder da minha bancada) sobre o papel da Europa na crise que vivemos, o