47 | I Série - Número: 046 | 3 de Fevereiro de 2011
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Sr. Deputado Hélder Amaral, faça, então, chegar à Mesa o documento, que será distribuído.
Também para proferir uma declaração política, em nome do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os sacrifícios que os governos e as políticas socialistas impuseram aos portugueses, os problemas estruturais com que o País se confronta, à cabeça dos quais está o elevadíssimo desemprego, os desafios que o País tem de vencer, para crescer mais economicamente e para salvaguardar os serviços públicos e a justiça social, exigem dos políticos, dos partidos e dos governos, respostas corajosas, arrojadas, ambiciosas e responsáveis.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Construir o futuro do País, debelar a crise que vivemos e, no entretanto, garantir o equilíbrio social, exige rigor, exige verdade, exige ousadia.
Aplausos do PSD.
E exige, sobretudo, clareza e posições não dependentes de complexos ideológicos estéreis e anacrónicos.
Bem sabemos que há uns — na esquerda mais radical — que, aprisionados num modelo social irrealista e utópico, emaranhados em concepções testadas, fracassadas e, por isso, ultrapassadas, dificilmente podem desprender-se desses complexos. Estão nos antípodas do nosso pensamento, mas ainda assim reconhecemos-lhes a coerência de quem estará sempre contra tudo o que não seja a sua doutrina e ortodoxia.
Mas há outros — os socialistas — cuja principal marca programática é a confusão. Vão deambulando entre a esquerda e a direita, dizem uma coisa e fazem outra, desgovernaram este país, depauperaram as finanças públicas, bloquearam os sistemas públicos até à sua insustentabilidade, impuseram a maior carga fiscal de sempre às famílias e às empresas e constituíram o maior regimento de sempre de desempregados.
Mas, como sempre, em momentos de aflição, erguem os seus próprios preconceitos ideológicos e radicamse em chavões de mera retórica política, arvorando-se nos grandes defensores e guardiões do Estado social e da própria democracia» Eles, os mesmos, os socialistas, que governam quase ininterruptamente há 16 anos, que são os «coveiros» do velho Estado social mas que o querem continuar a afundar.
Aplausos do PSD.
Eles, os mesmos, os socialistas, que, para além de se encherem de ridículo com essa posição, têm cada vez menos apoio na sociedade e cada vez mais se põem à margem da construção de um novo modelo social, renovado, mais justo e sustentável.
Aplausos do PSD.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD é o partido líder da alternativa política a este Governo.
Como maior partido da oposição, não nos eximimos nem eximiremos ao cumprimento da tarefa de fiscalização da acção governativa, acção governativa essa que é muito peculiar.
Para o Governo e para o PS, um anúncio é uma reforma e fazem tantos anúncios que, triunfalistas, se convencem mesmo que são os maiores reformadores do mundo! É o cúmulo, mas é assim mesmo: contam como reformas todos anúncios que fazem.
Em Outubro último, por exemplo, anunciaram, com a pompa do costume, que iam extinguir, fundir ou reestruturar cerca de 50 serviços, organismos ou empresas públicas. Quatro meses depois, o que foi feito?