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12 | I Série - Número: 049 | 10 de Fevereiro de 2011

Assim, como não podemos estar de acordo com a proposta do PSD, anunciada aquando das suas jornadas parlamentares, de os contratos a termo deverem vigorar até 2014, porque, se se diz que hoje a realidade é negra para os jovens e para a maior parte dos trabalhadores perante o cenário de precariedade, se se legalizar a precariedade até 2014, essa precariedade será muito pior.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É porque a precariedade é, hoje, a antecâmara do desemprego! E não é possível olhar para os números do desemprego sem fazer uma ligação à precariedade! Hoje, mais de metade dos trabalhadores que se encontram em situação de desemprego veio de uma situação de precariedade.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Portanto, o que urge é perceber, efectivamente, se a um posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo de trabalho efectivo e não um vínculo de trabalho temporário, porque isso só serve o interesse do patronato, que quer retirar direitos, agravar a exploração e cortar nos salários! É porque sabemos bem que um trabalhador precário custa menos 40% do que um trabalhador efectivo!» É disso que se trata! É do custo de trabalho que se trata! As empresas têm outras formas de combater a crise, nomeadamente no que diz respeito aos factores de produção, não tem de ser apenas através do factor trabalho.

Entretanto, assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente Luís Fazenda.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Concluo já, Sr. Presidente.
Mas também sabemos, por isso é que isto é uma luta de classes, que o problema de serem os trabalhadores a pagar a crise não é de hoje, não é de ontem, não é do século passado, é secular!! Mas ontem como hoje e como há mais tempo atrás, os trabalhadores vão continuar a lutar pelos seus direitos e, mais cedo do que tarde, o PSD será obrigado a responder perante isto.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria José Gambôa.

A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato, começo por cumprimentá-la por três dimensões da sua intervenção: em primeiro lugar, pelo tema que aqui traz; em segundo lugar, por afirmar convictamente que este é um país para jovens; e, em terceiro lugar, por afirmar que os jovens não competem com os menos jovens.
Os jovens são um grupo que cria, gera, sustenta e desenvolve contextos de solidariedade intergeracional.
É muito importante que isto fique claro no pensamento da esquerda e no pensamento do direito ao trabalho.

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Agora, falando da situação preocupante que Portugal vive relativamente aos jovens, devo dizer que hoje, em Portugal, temos uma taxa de desemprego juvenil na casa dos 20% — os nossos vizinhos aqui ao lado, em Espanha, têm uma taxa na casa dos 40%, mas com isso podemos nós bem»! Pensando nos nossos jovens portugueses e no caminho que temos procurado fazer através das políticas públicas de trabalho, vamos falar apenas na dimensão dos estágios profissionais.
Os estágios profissionais funcionam para o Governo do Partido Socialista»