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8 | I Série - Número: 052 | 17 de Fevereiro de 2011

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — O número de trabalhadores precários é, hoje, em Portugal mais de 1,5 milhões e os salários dos trabalhadores portugueses são dos mais baixos da Europa.
Estes números são as provas indesmentíveis de uma política que falha aos trabalhadores para não falhar aos lucros dos grupos económicos e financeiros, mas, perante eles, o que o Governo se propõe fazer é agravar ainda mais as condições de trabalho.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Não satisfeito com a instabilidade social gerada pela estabilidade da sua política, o Governo apresenta agora propostas de revisão da legislação laboral que vão no sentido de embaratecer os despedimentos, tornando-os mais fáceis, permitindo a generalizada redução de salários e acentuando a precariedade como regra do trabalho.
O Governo não hesita em carregar sobre quem trabalha e recusa-se a mudar de política, mas a luta dos trabalhadores há-de fazer o que sempre tem feito aos governos que assumem esta postura: derrotá-lo-á!!

Aplausos do PCP.

Os trabalhadores portugueses, particularmente as gerações mais jovens que este Governo quer condenar à condição de gerações sem direitos, hão-de mostrar com a sua luta que não é nem pode ser este o caminho.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — O caminho não é nem pode ser o da precariedade e da exploração. Esse é o caminho do «mundo parvo» descrito na conhecida música dos Deolinda, que, caricaturando a realidade, já se transformou no hino das gerações mais jovens que recusam este rumo e esta política.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Este «mundo parvo» da precariedade e da exploração que o Governo pretende impor aos jovens é o mundo contra o qual eles hão-de lutar porque os condena à instabilidade, à incerteza e à desprotecção.
Jovens operários, artistas, investigadores, jornalistas, professores, técnicos, mais ou menos qualificados, todos eles hão-de continuar a lutar contra a precariedade, quer ela se manifeste nos contratos de trabalho temporário mensais ou diários, nos falsos recibos verdes, nas bolsas, nos estágios, nos horários desregulados ou no trabalho em horas extraordinárias e aos fins-de-semana pago sem compensação.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Essas gerações de jovens, a quem chamam de colaboradores para que não ganhem sequer consciência de que são trabalhadores com direitos, não prescindem de organizar as suas vidas e de planear o seu futuro.

Aplausos do PCP.

Esses jovens não prescindem de sair de casa dos pais e encontrar o seu próprio espaço para viver, não prescindem de ter tempo livre e de o aproveitar, não prescindem de condições mínimas de conforto para as suas vidas ou para criar os seus filhos.
Enquanto virem as suas aspirações esbarrar na precariedade laboral, essas gerações de jovens, a quem o Governo quer negar a perspectiva de um futuro com autonomia e independência, hão-de lutar para que mude o rumo e a política e nessa luta continuarão a encontrar o PCP a seu lado.