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11 | I Série - Número: 075 | 20 de Maio de 2011

Não sei por que o PSD reclama tanto em relação à situação económica e social do País. Porventura, o PSD não aprovou os pacotes de austeridade? Provavelmente, o PSD só quer regressar ao PEC 4 e dizer: «Nós rejeitámos o PEC 4«. Pois ç!» Mas, entretanto, aprovaram o PEC 4 no acordo com a tróica. É que dizer uma coisa não por convicção, mas porque convém politicamente, leva-vos sempre a cair na vossa realidade: o acordo com a tróica! E diga-se em abono da verdade que esse acordo teve o aval do PS, do PSD e do CDS — é a marca da direita.
Apenas gostava de saber, porque não tenho ouvido absolutamente nada em relação a essa matéria, o que é que estes partidos querem propor para levantar a nossa economia. Só vos oiço dizer que é preciso levantar a economia, mas o que propõe para isso? Nada! O que propõem é o que está no acordo com a tróica: afundar a economia, mais recessão e mais desemprego. Este é o vosso verdadeiro caminho e a vossa verdadeira proposta.
Por outro lado, há coisas que custa conceber e até «engolir». Quer dizer, estamos a pedir 78 000 milhões de euros e sabemos que está a oferecer-se à banca 12 000 milhões de euros de financiamento público e 35 000 milhões de euros de garantias públicas! Dizia o Sr. Ministro: «Provavelmente, eles nem os utilizarão». Ah, sim» Mas eles já dizem que os vão utilizar. Pois claro, isto ç tudo para os servir! Um País que está na situação em que está, como é que consegue conviver com estas contradições? Como é que o dinheiro é sempre injectado no mesmo sector? Como é que o dinheiro não é injectado na economia, que precisamos de levantar e que é, de facto, o motor para a criação de riqueza em Portugal? Nada disto se compreende.
Nestas alturas de crise é que se percebe, de facto, quem é que os partidos defendem verdadeiramente. Às vezes, isso não fica claro nos discursos, mas quando se trata de fazer opções em tempos apertados, tudo fica clarinho como a água! Mesmo que o discurso não o diga directamente, as opções políticas tomadas são mais que claras. E aquilo que os senhores não defendem, de facto, é a nossa estabilização e o nosso crescimento económico. Não há hipótese: pelo vosso caminho, não chegamos lá! De resto, não sei por que o PSD reclama tanto em relação à taxa de desemprego, uma vez que também contribuiu para ela, ao aprovar os pacotes de austeridade. Na altura, alertámos para o facto de que estes pacotes de austeridade iriam aumentar o desemprego e gerar recessão. Parecia que estávamos a falar de uma coisa perfeitamente maquiavélica, que não correspondia em nada à realidade, mas o tempo deu-nos razão, infelizmente.
É, pois, preciso perceber quem faz uma análise realista da situação e quem anda, única e exclusivamente, a servir esses interesses minúsculos, tornados enormes e absorvedores de todo o nosso dinheiro.
Para terminar, Sr. Presidente, gostaria de dizer que a Assembleia da República não pode sair daqui hoje sem fazer uma condenação veemente do que a Sr.ª Merkel disse — penso, aliás, que todos os partidos têm de pronunciar-se sobre este assunto.
Mas o que é isto?! Agora, a Sr.ª Merkel dita regras para Portugal sobre as nossas férias, como se todos andássemos aqui, peço desculpa pela expressão, «de papo para o ar», ou como se a idade da reforma tivesse de corresponder à dos alemães? Pois, é muito diferente, não haja dúvida, mas, então, a Sr.ª Merkel não se lembra que o salário dos portugueses é muitíssimo mais baixo do que o salário dos alemães?! Ora, que pena não se ter lembrado de propor que os portugueses ganhem tanto como os alemães!» Julgo que a Assembleia da República e os partidos não podem sair daqui sem uma condenação muito forte e veemente àquilo que esta senhora anda a dizer e à forma como anda a «pintar» o nosso País, porque ela vai ganhar muito com o empréstimo feito a Portugal.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (Jorge Lacão): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O partido responsável pela marcação deste debate, o PSD, escolheu como tema a situação económica e social, mas, como se viu, trouxe-nos uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — 700 000 desempregados é nada?!